Recentemente, a Argentina tem sido tema de debates entre aqueles que planejam viajar para o país. As mudanças significativas na economia, como a redução da taxa básica de juros e as contínuas flutuações na taxa de inflação, têm gerado dúvidas sobre a viabilidade e o custo de explorar esse destino.
A alteração da taxa de juros argentinos, que passou de 50% para 40%, e a apresentação da taxa de inflação de abril marcada em 8,8%, são indicativos importantes. Esses números mostram uma tentativa de estabilização, embora ainda haja desafios significativos pela frente, especialmente para turistas que recebem em reais.
Como a economia influencia o turismo para brasileiros na Argentina?
Os especialistas apontam que, devido às mudanças econômicas, visitar a Argentina tornou-se, de fato, mais custoso para os brasileiros. Ricardo Igarashi, economista e professor, destaca que a suspensão de subsídios governamentais e a persistente alta inflação são fatores que elevam os custos tanto de vida dos argentinos quanto para turistas. Esses elementos acabam por refletir diretamente nos preços do setor turístico.
Qual o estado atual da inflação na Argentina e suas implicações?
Carlos Eduardo Oliveira Jr., uma autoridade em economia, revelou que a inflação no país fechou o ano de 2023 a um patamar de 211,4% e que, até abril de 2024, já acumulava 107%. Apesar de uma queda recente para 8,8%, esta taxa ainda representa uma alta significativa para qualquer economia. Patricia Krause, economista da Coface, reforça que, embora haja uma desaceleração, os índices continuam elevados, impactando diretamente o poder de compra, incluindo dos turistas.
Impactos da depreciação da moeda no turismo
Outra variável relevante é a flutuação cambial. Marlon Glaciano, especialista em finanças, menciona que a desvalorização do peso frente ao dólar afetou drasticamente a relação entre o câmbio oficial e o “dólar blue”, termo utilizado pelos brasileiros. Essa mudança influencia diretamente o quanto os turistas podem gastar na Argentina.
Apesar de uma ligeira depreciação de apenas 4% desde o início do novo governo até abril de 2024, essa mudança, comparada à inflação de 107% do período, torna o cenário complexo para quem planeja visitar.
Ao avaliar se ainda vale a pena viajar para a Argentina, é crucial considerar todos esses elementos. Carlos Eduardo levanta pontos positivos, como a rica oferta cultural e gastronômica e a diversidade de destinos como Buenos Aires e Patagônia. Contudo, é preciso estar ciente dos desafios econômicos e de segurança, principalmente nas grandes cidades.
Em consenso, os especialistas sugerem a necessidade de um planejamento financeiro detalhado para futuros turistas brasileiros. A percepção geral é de que a Argentina pode não ser mais tão acessível quanto antes, mas com uma boa preparação, ainda é possível desfrutar do que o país tem a oferecer.
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