A Petrobras anunciou recentemente uma mudança significativa em sua política de distribuição de dividendos, um dos momentos mais aguardados pelos acionistas. A nova política, definida após reunião do Conselho de Administração da empresa, busca trazer mais sustentabilidade financeira a curto, médio e longo prazos, mantendo a previsibilidade nos pagamentos de proventos aos acionistas.
A mudança mais marcante é a redução do percentual de remuneração dos lucros distribuídos aos acionistas, que antes correspondia a 60% do fluxo de caixa livre e agora passa a ser de 45%. Esse fluxo de caixa livre é o montante disponível no caixa após os investimentos. Além disso, a definição de investimentos foi ampliada para incluir a recompra de ações, uma prática alinhada com grandes companhias petroleiras internacionais.
As circunstâncias para distribuição de dividendos também foram ajustadas. Agora, a empresa estabeleceu uma remuneração mínima de US$ 4 bilhões por ano para os exercícios nos quais o preço médio do barril de petróleo tipo Brent for superior a US$ 40. Essa distribuição de 45% do fluxo de caixa livre será aplicada somente quando a dívida bruta da Petrobras estiver igual ou abaixo do nível máximo de endividamento definido no Plano Estratégico 2024–2028 e quando a empresa obtiver lucro em um trimestre, o que implicará em pagamentos de dividendos a cada três meses.
Nova política de remuneração
É importante ressaltar que essa nova política substitui a anterior, que estava em vigor desde 2011. Anteriormente, a Petrobras pagava 60% do fluxo de caixa livre quando a dívida bruta da companhia ficava abaixo de US$ 65 bilhões. Houve também a permissão para a antecipação de dividendos no fim de 2021.
A aplicação prática dessas mudanças já está em curso. A Petrobras informou que a nova política será aplicada ao resultado do segundo trimestre de 2023, demonstrando um compromisso imediato com as novas diretrizes.
No entanto, é importante destacar que, apesar das mudanças, a Petrobras continua mantendo seu compromisso com a remuneração aos acionistas. A empresa se mantém alinhada com as práticas das principais companhias petroleiras internacionais, buscando um equilíbrio entre a distribuição de dividendos e a recompra de ações.
Historicamente, a empresa tem sido generosa com seus acionistas. Em 2022, por exemplo, distribuiu R$ 215,8 bilhões em remuneração, impulsionada pelos altos lucros decorrentes da valorização do petróleo após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia. Essa remuneração ocorreu três vezes ao longo do ano, com um retorno recorde de 67,77% por ação.
Compromisso da empresa
É importante observar que, mesmo com as mudanças na política de dividendos, a empresa continua mantendo sua posição sólida no mercado, refletida nos retornos favoráveis aos acionistas. Com a nova política em vigor, a Petrobras reforça seu compromisso com a sustentabilidade financeira e a criação de valor para seus acionistas a longo prazo.
Com isso, a expectativa é de que a Petrobras continue a ser uma das empresas mais atrativas para os investidores, mantendo sua posição de destaque no mercado de energia e petróleo, mesmo diante das mudanças nas políticas de distribuição de dividendos.