A riqueza do grupo dos 1% mais ricos da população mundial aumentou significativamente nos últimos dez anos, totalizando US$ 42 trilhões (R$ 237 trilhões, na cotação atual). Este dado, revelado pela organização britânica de combate à pobreza Oxfam, foi amplamente discutido na reunião do G20, que aconteceu este ano no Rio de Janeiro.
Com a presença de líderes mundiais, o encontro abordou pontos cruciais como a taxação dos super-ricos e medidas necessárias para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A proposta brasileira de implementar um imposto global sobre os mais abastados ganhou destaque, especialmente após a declaração contundente do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Por que Taxar os Super-Ricos?
Fernando Haddad, ao discursar na reunião da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, destacou a importância de fazer com que os super-ricos contribuam de forma justa com impostos. Segundo ele, isso é essencial para combater a fome mundial e garantir uma sobrevivência digna a todos.
“É imperativo aumentar os recursos internacionais para enfrentar a fome. A comunidade internacional tem todas as condições de garantir uma vida digna a todos, mas o que falta é vontade política”, afirmou Haddad.
Dados Alarmantes sobre Fome no Mundo
O relatório Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo, elaborado por agências da ONU, é alarmante: mais de 700 milhões de pessoas passam fome globalmente. No Brasil, esse número chega a 39,7 milhões.
Essa estatística reforça a necessidade de mudanças estruturais na forma como os super-ricos são tributados. Haddad ressaltou que os mais abastados utilizam diversos artifícios para evadir os sistemas tributários, tornando-os regressivos em vez de progressivos.
Como Funcionaria o Imposto Global sobre Super-Ricos?
A proposta brasileira de taxação global visa corrigir essas disparidades. Mas como isso funcionaria na prática? Eis alguns pontos principais:
- Alíquota Progressiva: Quanto maior a fortuna, maior a taxa de imposto.
- Transparência: Sistemas robustos para impedir a evasão fiscal.
- Reinvestimento: Os fundos arrecadados seriam destinados a programas de combate à fome e mudanças climáticas.
Impactos da Taxação dos Super-Ricos
A implementação de um imposto global sobre os super-ricos poderia ter vários impactos positivos. Primeiramente, ajudaria a redistribuir a riqueza de maneira mais equitativa, contribuindo diretamente para a redução da fome e da pobreza. Além disso, reforçaria as finanças públicas, permitindo que governos implementassem políticas mais eficazes de combate às mudanças climáticas.
Na reunião deste ano, líderes do G20 debateram intensamente sobre a necessidade de um sistema mais justo. Haddad enfatizou que, “ao redor do mundo, os super-ricos usam uma série de artifícios para evadir os sistemas tributários. Isso faz com que, no topo da pirâmide, os sistemas sejam regressivos, e não progressivos”.