A Sabesp (SBSP3) foi, recentemente, privatizada em um processo considerado bem-sucedido pelo banco JP Morgan. Esta privatização marcou a maior oferta de ações da história no setor de saneamento. Com isso, o JP Morgan reforçou sua recomendação de compra, estabelecendo um preço-alvo de R$ 125 para o final de 2025. Este valor representa um potencial de alta de 41%, considerando o preço de R$ 88,64 do último fechamento.
No último dia 19, a oferta de ações que privatizou a Sabesp foi realizada ao preço de R$ 67 por papel. Desde então, as ações acumulam uma valorização de 8%. Este movimento é visto com otimismo tanto pelo mercado quanto pelos analistas, que acreditam na capacidade da nova administração de impulsionar a empresa rumo a novos patamares.
Privatização da Sabesp: o que esperar no futuro?
A privatização da Sabesp promete mudanças significativas para a companhia. Os próximos trimestres serão fundamentais para apresentar ao mercado uma nova administração, um plano de negócios reformulado, além de medidas de eficiência de custos e um aumento nos investimentos. Esta nova estratégia poderá provocar uma redução de 20% nas despesas operacionais por metro cúbico (OPEX/m³) e um crescimento de 45% na base de ativos regulatórios até 26 de dezembro. Isso pode levar a uma expansão de 55% no Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e de 53% no EPS (lucro por ação) durante o período.
Como a nova gestão impactará os resultados da Sabesp?
Segundo os analistas do JP Morgan, a Sabesp deverá ser negociada a múltiplos atraentes, como 7,5x/7,3x EV/Ebtida e 13,9x/13,4x P/E em 2024-2025. Esses múltiplos são considerados os mais interessantes dentro da cobertura do banco no Brasil, especialmente devido à longa duração e ao crescendo rendimento dos dividendos. O rendimento médio dos dividendos está projetado em 1,9%, com base em um payout de 25%, e uma Taxa Interna de Retorno (TIR) implícita de 11,8%.
Quais são os próximos passos para a Sabesp?
O JP Morgan destaca quatro principais fatores para observar nos próximos meses, que poderão abrir novas oportunidades para a Sabesp:
- Definição do novo conselho e da nova equipe de gestão
- Desempenho dos investimentos e redução de custos
- Melhoria da rentabilidade e aumento da alavancagem
- Novo marco regulatório e política de dividendos
Em relação ao novo quadro regulamentar, os contratos de concessão da Sabesp terão duração até 2060, distribuídos em sete ciclos tarifários. A primeira etapa vai até 2030, seguida de períodos quinquenais até o fim da concessão. A data de reajuste será transferida para janeiro de cada ano, e a tarifa de equilíbrio será recalculada anualmente até 2035 para incorporar o CAPEX realizado no ano anterior.
Detalhes da privatização da Sabesp
A privatização da Sabesp foi marcada pela precificação das ações da empresa a R$ 67 por ação, valor igual ao ofertado pela Equatorial. Esta operação movimentou um total de R$ 14,8 bilhões, incluindo R$ 6,8 bilhões pagos pela acionista de referência. A liquidação da oferta ocorreu na segunda-feira (23).
A Sabesp já operava como uma empresa de economia mista, com o governo de São Paulo detendo cerca de 50% das ações. A partir de agora, a empresa está formalmente privatizada. Após a oferta, o Estado ficará com aproximadamente 18% do capital, enquanto a Equatorial ficará com 15% das ações. Adicionalmente, o governo estadual manterá uma golden share, que lhe concede o direito de vetar determinadas decisões.
Além disso, mais de 21 mil pessoas físicas compraram ações e se tornaram acionistas da Sabesp, conforme informa a oferta. Este movimento do mercado demonstra uma expectativa positiva em relação ao futuro da companhia no cenário de saneamento brasileiro.