Recentes estudos e relatórios têm apontado uma dramática queda nas taxas de natalidade nos países desenvolvidos. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) evidencia que a decisão de ter filhos está sendo adiada ou até descartada por muitos, em resposta aos desafios econômicos e sociais contemporâneos.
Diversos fatores são apontados como catalisadores dessa transformação social. Entre eles estão a instabilidade financeira e a mudança nos papéis de gênero, que reconfiguram as expectativas e aspirações individuais. Essas mudanças refletem profundamente no planejamento familiar dos países mais industrializados.
Por que as taxas de natalidade estão em declínio?
Análise dos dados recentes da OCDE
De acordo com a OCDE, a taxa de fertilidade total, que mede o número médio de filhos por mulher ao longo da vida, sofreu uma queda significativa. No ano de 2022, a média entre os países membros ficou em apenas 1,5, uma redução drástica em comparação aos números de 1960, que registravam uma média de 3,3 filhos por mulher.
Essa redução é ainda mais acentuada em nações como a Coreia do Sul e países do sul da Europa, como Itália e Espanha, que apresentaram algumas das taxas mais baixas. Por outro lado, países como Israel e México mantêm números relativamente mais altos, com médias que chegam a quase 2 filhos por mulher.
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Impacto da idade na decisão de ter filhos
A tendência de ter filhos em uma idade mais avançada também foi destacada pelo estudo da OCDE. A idade média de mulheres ao terem seu primeiro filho nas economias mais desenvolvidas subiu de 28,6 em 2000 para 30,9 em 2022. Esse adiamento pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo carreiras profissionais mais exigentes e acesso à educação prolongada.
Além disso, o percentual de mulheres que permanecem sem filhos tem crescido consideravelmente em várias nações, um reflexo das novas realidades sociais e dos desafios econômicos que moldam decisões de longo prazo sobre a maternidade.
Desafios futuros com a redução das taxas de natalidade
- Pressão demográfica: Redução no crescimento populacional pode levar a desafios econômicos, incluindo escassez de mão de obra e aumento das despesas com seguridade social.
- Reformulação das políticas públicas: Necessidade de adaptação das políticas para apoiar famílias e incentivar a natalidade sem comprometer a liberdade individual.
- Impacto nos serviços de educação: Menos crianças nascendo resulta em menor demanda por educação infantil e escolas, possivelmente causando reestruturações setoriais.
O fenômeno da queda nas taxas de natalidade em países desenvolvidos representa uma complexa rede de causas e repercussões. Abordar essa questão envolve não apenas entender as razões da baixa fertilidade, mas também criar ambientes que suportem escolhas individuais relativas à parentalidade, equilibrando considerações econômicas e pessoais.