Com o reforço do Ibama e da Funai, a Polícia Federal deu início à Operação “Prensa” na última terça-feira (20). O foco da operação são os rios Madeira, Aripuanã e Manicoré, além de seus afluentes.
As equipes passaram pelos municípios do sul do Amazonas, enfrentando desafios complexos para desmantelar as atividades de garimpo ilegal. De acordo com a PF, essa é uma missão contínua, sem previsão de término. Mas o impacto inicial já é significativo, com diversos equipamentos sendo destruídos e dezenas de prisões efetuadas.
Operação Prensa e resultados iniciais
A principal frente da Operação Prensa tem sido a cidade de Humaitá, onde os garimpeiros, em um ato de desespero, tentaram invadir a sede da Prefeitura. A tentativa resultou em um confronto com a Polícia Militar, que terminou com a prisão de 16 pessoas.
As ações continuam avançando nesta quinta-feira (22), com um novo balanço indicando a destruição de 303 dragas, a maioria concentrada em Humaitá. Equipamentos como drones e helicópteros estão sendo utilizados para mapear as áreas afetadas e otimizar a intervenção das equipes no terreno.
Como as dragas afetam o meio ambiente?
Segundo a Polícia Federal, o garimpo ilegal com dragas é um processo destrutivo e poluente. As dragas removem areia do fundo dos rios e a misturam com mercúrio para extrair o ouro.
Esse método não só contamina as águas como também resulta na morte de peixes e outros organismos aquáticos. A tragédia ambiental não para por aí; as comunidades indígenas e ribeirinhas também sofrem as consequências da contaminação e da violência associada ao garimpo ilegal.
O superintendente da PF no Amazonas, João Garrido, enfatiza que a operação não se limita à destruição dos equipamentos. “O comportamento dos garimpeiros justifica os dois eixos estratégicos da Polícia Federal no combate ao crime ambiental: a parte dissuasória e operacional, que envolve a destruição dos equipamentos, e a parte de polícia judiciária, que se dedica a investigações estruturantes para combater a lavagem de dinheiro e responsabilizar os líderes desses crimes,” afirmou Garrido.
Por que a estiagem favorece o garimpo ilegal?
Os garimpeiros aproveitam os períodos de estiagem para intensificar suas atividades. Durante a seca, os níveis dos rios estão mais baixos, facilitando a operação das dragas e a extração de ouro.
Segundo investigações da PF, grande parte do garimpo ilegal ocorre em áreas indígenas, onde a fiscalização é mais complicada e o impacto social é ainda mais devastador.
Impactos sociais e ambientais do garimpo ilegal
- Contaminação das águas: O uso de mercúrio contamina rios e afeta a fauna e flora locais.
- Destruição de habitats: A remoção de areia do fundo dos rios altera o ecossistema, causando a morte de peixes.
- Violência e conflitos: A presença de garimpeiros ilegais gera insegurança e conflitos com comunidades indígenas e ribeirinhas.
- Impacto na saúde: A contaminação de mercúrio tem efeitos devastadores na saúde das populações locais.
Próximas etapas da Operação Prensa
A Operação Prensa continuará sem uma data certa para conclusão. O objetivo da PF é não só erradicar o garimpo ilegal na região, mas também desarticular as redes criminosas que financiam e lucram com essa atividade. Para isso, o uso de tecnologias de ponta como drones e helicópteros será essencial para mapear áreas remotas e identificar novos focos de garimpo.
O combate ao garimpo ilegal não é uma tarefa fácil, mas com o apoio de órgãos como o Ibama e a Funai, além do engajamento das comunidades locais, há esperança de que essa luta possa ser vencida, protegendo assim o meio ambiente e os povos que dele dependem.