Pagar todas as contas do mês, aproveitar um lazer ocasional e ainda sobrar dinheiro para investir pode parecer um desafio para muitos brasileiros. No entanto, especialistas garantem que é possível e recomendável separar uma quantia, ainda que pequena, para investir. Uma estratégia eficiente é incluir essa quantia no orçamento mensal fixo.
Antes de decidir onde investir, é essencial compreender seu perfil de investidor e definir seus objetivos financeiros. Tradicionalmente, investidores são classificados em três perfis com base no seu nível de tolerância ao risco. Conhecer esses perfis pode ajudar na escolha do investimento mais adequado.
Como identificar seu perfil de investidor?
A definição do perfil de investidor é crucial para selecionar as aplicações mais compatíveis com suas necessidades e objetivos. Conforme explica a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), investidores conservadores, moderados e arrojados têm diferentes preferências e tolerâncias ao risco.
Investidores conservadores preferem aplicações de baixo risco com alta liquidez, enquanto os moderados aceitam um pouco mais de instabilidade em troca de melhores rendimentos a médio e longo prazo. Já os investidores arrojados estão dispostos a correr mais riscos para potencialmente obter retornos significativos no longo prazo.
Onde investir R$ 100 mensalmente?
Especialistas ressaltam que, além de conhecer seu perfil, é fundamental alinhar os investimentos aos seus objetivos e prazos. Veja opções de investimento adequadas para cada tipo de investidor.
Investidor conservador
- Caderneta de poupança: Com liquidez diária e garantia do FGC, esta é a opção mais tradicional, embora tenha baixa rentabilidade.
- Tesouro Selic: Título público federal com rentabilidade atrelada à taxa básica de juros, com baixo risco e liquidez diária.
- Fundos de renda fixa simples: Investem em títulos de baixo risco, como o Tesouro Selic e créditos privados de boas empresas, com baixa taxa de administração.
Investidor moderado
- CDBs (Certificados de Depósito Bancário): Oferecem rentabilidade superior à poupança e são garantidos pelo FGC.
- LCI e LCA: Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio com isenção de IR e rendimentos superiores à poupança.
- CRIs, CRAs e Debêntures: Títulos de dívida emitidos por empresas, com rendimentos atrativos e isenção de IR para pessoas físicas.
Investidor arrojado
- Fundos de ações: Investem em ações de empresas na bolsa de valores, oferecendo possibilidade de altos retornos e maior risco.
- ETFs (Fundos de Índice): Replicam índices de referência, como o Ibovespa e o S&P 500, oferecendo diversificação e baixo custo.
- Criptomoedas: Ativos digitais com alta volatilidade e potencial de valorização, mas com riscos significativos.
Qual é a estimativa de rendimento?
Projeções de rentabilidade são mais viáveis para investimentos com taxa fixa, geralmente recomendados para investidores conservadores. Confira uma tabela com estimativas para quem investe R$ 100 mensalmente em renda fixa (CDB e Tesouro) por um ano e cinco anos, considerando uma rentabilidade média mensal de 0,9%:
Curto prazo (1 ano)
- Rendimento médio mensal: 0,9%
- Depósito mensal: R$ 100,00
- Valor ao final do período: R$ 1.272,57
Médio prazo (5 anos)
- Rendimento médio mensal: 0,9%
- Depósito mensal: R$ 100,00
- Valor ao final do período: R$ 7.980,80
Dicas para investir com disciplina
Para obter resultados consistentes, é fundamental manter a disciplina. Uma vez definido um aporte mensal de R$ 100, mantenha-se firme nesse compromisso. Além disso, desconfie de promessas de investimentos com rendimentos “atrativos” como 10% na semana ou 30% ao mês, pois são, na maioria das vezes, fraudes.
Investir R$ 100 por mês pode ser um passo significativo para construir um fundo de reserva e alcançar estabilidade financeira. Com as orientações corretas, é possível escolher o investimento mais adequado ao seu perfil e começar a ver seu dinheiro crescer. Afinal, o importante é dar o primeiro passo e manter a consistência ao longo do tempo.