Em novembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou uma mudança nas tarifas de energia elétrica no Brasil.
A bandeira tarifária, que passou dois meses no nível vermelho, foi reduzida para o nível amarelo. Com essa mudança, haverá um acréscimo de R$ 1,885 na conta de luz para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Essa decisão representa uma redução em comparação ao nível vermelho de outubro, que adicionou R$ 7,877 por 100 kWh.
A mudança na bandeira tarifária é uma resposta às condições de geração de energia no país. Apesar das chuvas continuarem abaixo da média, a melhora nas condições indicou a possibilidade de reduzir o custo adicional para os consumidores. Este ajuste foi motivado pela necessidade de equilibrar os gastos de geração termelétrica durante períodos de baixa pluviosidade.
Como funcionam as bandeiras tarifárias?
Introduzidas em 2015 pela Aneel, as bandeiras tarifárias têm como intuito refletir os custos variáveis da geração de energia elétrica. Elas são divididas em diferentes níveis: verde, amarelo e vermelho (com patamares 1 e 2), que indicam o custo de geração de energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Quando a bandeira é verde, não há custo adicional na conta de luz. Entretanto, as bandeiras amarela e vermelha implicam acréscimos de R$ 1,885, R$ 4,463 e R$ 7,877 por 100 kWh, respectivamente.
Por que a bandeira tarifária muda?
As alterações nas bandeiras tarifárias estão diretamente ligadas às condições hidrológicas e ao custo de geração de energia no país. O Brasil, por depender fortemente de hidrelétricas para geração de energia, enfrenta desafios quando há escassez de chuvas.
Durante tais períodos, há maior necessidade de acionamento de usinas termelétricas, que elevam os custos de geração.
Neste ano, após um período de bandeira verde até julho, as condições climáticas desfavoráveis, como ondas de calor e secas, levaram ao aumento do custo de geração, culminando na aplicação da bandeira vermelha em outubro. Em novembro, com uma leve melhoria nas condições de geração, a luz amarela foi acionada, ajustando o acréscimo na conta de energia.
Quais regiões são impactadas pelas mudanças no SIN?
O Sistema Interligado Nacional (SIN) abrange a maior parte do território brasileiro, exceto algumas áreas isoladas no Norte e em Mato Grosso, além de Roraima. Nessas regiões, o fornecimento de energia é feito majoritariamente por usinas térmicas a óleo diesel, dado o menor consumo e a dificuldade de integração ao SIN.
A interferência das bandeiras tarifárias também permite que os consumidores ajustem seu consumo de energia, agindo de forma mais proativa na gestão dos seus gastos.
Com as bandeiras vermelha ou amarela, os cidadãos são incentivados a otimizar o uso da energia para reduzir custos, em um esforço coletivo para equilibrar a demanda com as condições de fornecimento.