O Banque Pictet & Cie, fundado há mais de 200 anos, é uma instituição suíça renomada no cenário do banco privado.
Conhecido por sua tradição de discrição, o banco administra a fortuna de inúmeras famílias milionárias, sob a liderança de sócios que formam um seleto grupo.
Com sede em Genebra, na Suíça, o banco gerenciava em 2021 cerca de 600 bilhões de francos suíços em ativos, com uma rentabilidade que frequentemente supera a de grandes concorrentes.
Entretanto, o status do Pictet começou a ser desafiado em anos recentes. Uma série de demissões de funcionários-chave sinalizou mudanças internas e em 2019, vários gestores de longa data decidiram deixar a instituição.
Qual foi a causa das mudanças no Banque Pictet?
O êxodo de funcionários no Pictet pareceu estar ligado a um conflito cultural. A chegada de novos talentos com estilos de trabalho mais modernos e um foco no crescimento acelerado exacerbou tensões internas.
Isso se tornou particularmente relevante com o aumento de fortunas na Ásia, uma região essencial para os planos de expansão do banco. O enfrentamento desse cenário diferiu do conservadorismo anteriormente valorizado.
Nos bastidores, a instituição se deparou com o desafio de modernizar suas operações, mantendo o equilíbrio entre a herança de sigilo e cautela e a necessidade de adotar uma abordagem mais transacional.
Como o Banque Pictet está evoluindo atualmente?
Para enfrentar os desafios atuais, o Pictet passou por mudanças. Uma das mais notáveis foi a entrada de Boris Collardi, um executivo conhecido por estratégias audaciosas, que se uniu ao banco em 2018.
A chegada de Collardi sinalizou o desejo do banco de se adaptar às demandas de mercados internacionais, principalmente na Ásia. A estratégia incluiu a introdução de novos produtos financeiros, o que implicou maior risco, mas também ofereceu potencial para retornos significativos em um mercado globalizado.
Alvo da Operação Lava Jato
A Operação Lava Jato, iniciada em 2014, tornou-se um dos maiores escândalos de corrupção no Brasil, com ramificações internacionais.
Este caso de corrupção foi centrado em torno da estatal Petrobras, envolvendo subornos e lavagem de dinheiro em larga escala. Em 2022, centenas de empresários, funcionários governamentais e políticos foram condenados em decorrência desse esquema.
Em outubro de 2023, a Petrobras concordou em pagar uma multa superior a US$ 850 milhões a autoridades dos Estados Unidos como parte de um acordo para encerrar investigações relacionadas ao caso de corrupção.
O setor bancário tornou-se um foco importante nas investigações, uma vez que muitos fundos ilegais passaram por instituições financeiras. Em 2021, o banco suíço foi alvo de uma busca, sendo uma das várias instituições examinadas.
Outros bancos também foram alvo de investigações. O JPMorgan, o Banco do Brasil e o Banque Cramer & Cie, com sede também em Genebra, também foram citados no escândalo internacional.