Desde o término de abril de 2024, intensas precipitações e inundações vêm causando estragos em várias cidades do Rio Grande do Sul. Este fenômeno não apenas afetou a rotina dos moradores, mas também trouxe consequências econômicas significativas, especialmente para o agronegócio. No mundo dos seguros, empresas como Porto Seguro estão tendo que lidar com um incremento nos sinistros, especialmente em automóveis e maquinário agrícola.
Porto Seguro, uma das líderes em seguros de veículos no país, reportou que aproximadamente 5% de seus prêmios vieram de regiões atingidas pelas adversidades climáticas no estado. Embora esta porcentagem pareça pequena, quando traduzida em números, os prejuízos são expressivos. O relatório da Genial Investimentos aponta um possível impacto considerável nos lucros da empresa para o segundo trimestre de 2024.
Qual a extensão dos danos causados pelas chuvas no RS?
O Rio Grande do Sul, que já registra a perda de propriedades e interrupções em diversas cadeias de produção, observa agora a mobilização das seguradoras no enfrentamento dessa catástrofe. Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras, espera-se que este seja um dos eventos com maior volume de indenizações pagas na história do setor de seguros brasileiro. Até o final de junho, os pedidos de indenização de seguros já somavam impressionantes R$ 1,673 bilhão.
Como Porto Seguro está respondendo à crise?
A Porto Seguro, apesar de não ser a líder de mercado no Rio Grande do Sul, possui uma participação considerável e já estima um impacto financeiro significativo. Com base em cálculos iniciais, prevê-se que cerca de 45 mil veículos segurados pela empresa no estado foram afetados. Isso resultaria em sinistros de grande monta, dependendo da extenção dos danos nos veículos.
Projeções financeiras e efeitos no mercado de seguros
- Estimativa da Porto Seguro: aumento nos sinistros pode diminuir o lucro líquido de R$ 627 milhões previsto para o 2T24 para cerca de R$ 135 milhões no cenário mais severo.
- Impacto nos resultados anuais: mesmo com as perdas contingentes, a redução do lucro seria de cerca de 7,6% em relação às previsões anuais.
A situação, embora preocupante, vem sendo gerida com cautela pelas seguradoras. Analistas como Eduardo Nishio sugerem que, apesar dos impactos evidentes, a Porto Seguro pode passar por essa crise mantendo sua recomendação de compra no mercado de ações. A perspectiva futura segue sendo positiva, uma vez que estratégias de mitigação de riscos e de recuperação de sinistros estão sendo efetivamente aplicadas.
Em tempos de incertezas provocadas por desastres naturais, a resposta rápida e eficiente das seguradoras não apenas confirma a sua relevância na proteção patrimonial e pessoal, mas também destaca a importância de se ter coberturas adequadas para enfrentar tais adversidades.