Em meio às turbulências do cenário político e econômico da União Europeia, a gigante do comércio eletrônico Shein se prepara para um possível IPO no Reino Unido. Este movimento estratégico ocorre enquanto a empresa enfrenta crescente resistência tanto do mercado europeu quanto de legisladores, preocupados com o impacto das importações de baixo custo no mercado local.
A companhia, conhecida por seus produtos de moda a preços acessíveis, tem sido objeto de debates ao longo dos países da UE. Os representantes da indústria têxtil, que emprega cerca de 1,5 milhão de pessoas na região, clamam por ações que protejam seus empregos e negócios. Com um volume de faturamento anual que ultrapassa os 200 bilhões de euros, essas empresas enfrentam uma competição acirrada contra os produtos de menor custo provenientes majoritariamente da China.
Por que a Shein está sob escrutínio na Europa?
Uma das principais críticas à Shein diz respeito aos subsídios estatais chineses, que as associações de comércio europeias alegam dar uma vantagem competitiva desleal à empresa. Esses subsídios viabilizam que a Shein ofereça produtos a preços extremamente baixos, como t-shirts por US$ 5 e calças jeans por US$ 15, diretamente aos consumidores globais, afetando diretamente a concorrência justa na Europa.
Atuação da Shein no melhoramento de sua cadeia de abastecimento
Apesar das polêmicas, a Shein tem trabalhado para aprimorar sua imagem e práticas. Recentemente, a empresa aumentou a partir de iniciativas como o “Shein Exchange”, um programa de venda de roupas usadas que iniciou nos EUA e agora está se expandindo para a Europa. Além disso, a empresa está estreitando relações com fornecedores no Brasil e Turquia para melhor atender o mercado europeu.
O impacto das políticas de isenção de impostos para Shein
No coração das discussões sobre concorrência está a política de isenção de impostos da UE. Atualmente, pequenas encomendas com valor inferior a 150 euros provenientes de fora da UE não são tributadas, o que beneficia diretamente a Shein. Organizações comerciais, como a Handelsverband Deutschland na Alemanha, defendem a revisão desta política para garantir uma concorrência mais equitativa.
Com a política industrial e a proteção dos empregos locais em jogo nas próximas eleições da UE, está claro que a Shein e outras empresas de comércio eletrônico continuarão no centro das atenções. Parlamentares e representantes do setor insistem na necessidade de políticas que garantam um campo de jogo nivelado, possibilitando que as economias locais prosperem em um ambiente de competição justa.
As decisões tomadas hoje terão repercussões duradouras no mercado de moda global e nas economias locais dentro da União Europeia.