Os investidores acompanharam de perto as decisões de política monetária anunciadas pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil (BC) e pelo Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, o Fed optou por manter os juros na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. Durante entrevista, o presidente do Fed, Jerome Powell, mencionou que um corte na taxa pode ser discutido na próxima reunião, dependendo do desempenho dos indicadores econômicos.
Decisões de política monetária impactam mercados financeiros
O primeiro fator que os investidores repercutiram foi a postura menos rígida do COPOM, comparada ao esperado pelo mercado. Na reunião, a taxa Selic foi mantida em 10,50% ao ano, o que gerou uma reação negativa no mercado de câmbio, provocando uma desvalorização do real frente ao dólar.
Por que a política monetária do COPOM afetou o real?
O comunicado do COPOM trouxe um tom mais duro, reforçando a possibilidade de um aumento dos juros em caso de necessidade. Apesar disso, termos como “subir” ou “alta” não apareceram, o que frustrou expectativas de uma postura mais agressiva.
A manutenção dos juros pelo Fed também não trouxe grandes surpresas. Powell afirmou que um corte de juros pode ser considerado na próxima reunião caso os dados econômicos sejam favoráveis, o que foi bem recebido pelo mercado.
No entanto, ele ressaltou que uma maior confiança na trajetória da inflação será necessária para qualquer decisão nesse sentido.
O que está movendo os mercados?
Além das reuniões de política monetária, os investidores também estavam atentos ao payroll, relatório de emprego dos EUA, que será divulgado em breve. Este relatório é vital para entender o aquecimento do mercado de trabalho americano e seus impactos na inflação.
Outro fator relevante foi o agravamento das tensões no Oriente Médio. A morte do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, em um atentado, levou a novas promessas de vingança contra Israel e aumentou a incerteza geopolítica na região. O impacto dessa situação se fez sentir nos mercados devido ao aumento do risco global.
Expectativas futuras para os mercados
Até a próxima reunião do COPOM, novos dados econômicos e as decisões dos EUA serão essenciais para moldar as expectativas do mercado. Entre os pontos de atenção estão o Orçamento de 2025 e possíveis mudanças na composição do Banco Central brasileiro.
No cenário internacional, investidores aguardam os próximos passos do Fed, especialmente considerando uma possível redução na taxa de juros em setembro. Segundo o Fomc, a confiança na diminuição sustentável da inflação será crucial para qualquer alteração na política monetária.
Nesse contexto, a volatilidade nos mercados deve continuar, com atenção especial às decisões de política monetária e eventos geopolíticos que possam influenciar o ambiente de risco global.