A recente decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de suspender a manipulação, comercialização, propaganda e uso dos chamados “chips da beleza” tem gerado debates.
Esses implantes hormonais, oferecidos por farmácias de manipulação, vêm sendo usados predominantemente para fins estéticos e de performance, levantando preocupações em relação à segurança e à eficácia dos produtos.
A ação da Anvisa foi impulsionada por denúncias de entidades médicas, como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que destacou um aumento nos atendimentos de pacientes com complicações decorrentes do uso desses implantes hormonais, que combinam substâncias cujas avaliações de segurança ainda são incertas.
Quais são as regras para a manipulação de produtos hormonais?
Produtos manipulados são submetidos a uma rigorosa análise de segurança e eficácia antes de serem aprovados para uso.
Essa análise ocorre quando uma empresa solicita o registro e apresenta dados clínicos comprovando sua segurança. No entanto, muitas farmácias de manipulação vinham oferecendo implantes hormonais sem que os regulamentos fossem devidamente seguidos.
A Anvisa emitiu alertas sobre os perigos potenciais dos implantes usados para fins estéticos ou de desempenho. Esses implantes não têm comprovação científica consistente de que são seguros e eficazes, o que pode levar a várias consequências negativas à saúde.
Quais são as implicações da proibição dos “chips da beleza”?
Os chamados “chips da beleza” eram frequentemente utilizados com o objetivo de promover emagrecimento, tratar sintomas da menopausa, aumentar a libido e retardar o envelhecimento.
Entre os hormônios contidos nesses implantes estão a gestrinona, a testosterona e a oxandrolona, substâncias que são classificadas como anabolizantes e têm efeitos regulamentados.
A resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) já havia proibido a prescrição de terapias hormonais apenas para fins estéticos, visando coibir o uso indiscriminado dessas substâncias. As complicações em pacientes que utilizaram os implantes incluem problemas cardiovasculares e metabólicos, além de efeitos secundários como alteração de voz e insônia.
Como os pacientes devem proceder diante da suspensão?
A Agência recomenda que pacientes que ainda estão utilizando esses implantes busquem orientação médica apropriada. Para aqueles que experimentarem reações adversas devido ao uso dos produtos, é recomendável registrar uma notificação no site da Anvisa.
O procedimento para notificação envolve acessar o portal da Anvisa e seguir as etapas de ‘fiscalização e monitoramento’ e ‘notificações’.