Na recente segunda-feira, 27, mesmo com o mercado norte-americano sem operações devido ao feriado do Memorial Day, as taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) registraram considerável queda no Brasil. Esse movimento financeiro foi impulsionado após a divulgação de comentários pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que adotou um tom mais moderado a respeito das futuras expectativas de inflação nacional.
Durante o fechamento do dia, observou-se que as taxas dos DIs, para variados períodos, mostraram uma redução significativa em comparação aos ajustes anteriores. Por exemplo, a taxa para janeiro de 2025 estava cotada a 10,365%, uma leve diminuição ante os 10,4% anteriormente reportados.
O que diz o relatório Focus sobre a Inflação?
Conforme aponta o recente relatório Focus, a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostra uma marginal elevação para os anos de 2025 e 2026. Especificamente, a projeção para 2025 subiu de 3,74% para 3,75%, e para 2026, de 3,50% para 3,58%. Esses ajustes representam um ligeiro afastamento do centro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, configurado atualmente em 3%.
Como as declarações de Campos Neto influenciaram o mercado?
Após o início da fala de Campos Neto em um importante evento financeiro em São Paulo, as taxas dos DIs começaram a apresentar quedas mais acentuadas. O presidente do Banco Central reconheceu a elevação das expectativas inflacionárias, atribuindo isso a recentes incertezas relacionadas às contas públicas e à divisão de votos na última reunião do Comiteto de Política Monetária (Copom). Todavia, ele se mostrou positivo quanto à estabilização e melhora dessas expectativas no longo prazo.
Campos Neto enfatizou que, apesar dos desafios, existe um plano de comunicação para garantir o entendimento de que as divisões recentes do Copom possuem natureza técnica, visando assim tranquilizar os mercados e controlar a inflação implícita.
Quais são as projeções para a próxima reunião do Copom?
Apesar do otimismo expresso pelo presidente do Banco Central, o mercado continua precavido. Perto do fechamento do dia, a curva de juros indicava que 82% dos investidores apostavam na manutenção da taxa Selic a 10,50% ao ano para a próxima reunião do Copom em junho. Apenas 18% dos analistas especulavam um possível corte de 25 pontos-base.
Essas projeções são cruciais para os planejamentos financeiros de curto e médio prazo, tanto para investidores quanto para órgãos governamentais, indicando um panorama cauteloso diante das incertezas econômicas atuais. Enquanto isso, todos os olhos estarão voltados para a próxima terça-feira, quando será divulgado o IPCA-15 de maio, essencial para antecipar os rumos da política monetária do Brasil.