Na manhã desta segunda-feira, 12 de agosto de 2024, a Azul (AZUL4) iniciou o pregão com a maior queda no Ibovespa (IBOV), refletindo o balanço financeiro do segundo trimestre (2T24). A divulgação dos resultados financeiros teve um impacto significativo, com os papéis da companhia aérea recuando 10,06%, sendo cotados a R$ 7,15 por volta das 12h10.
De acordo com o relatório, a Azul fechou o segundo trimestre com um prejuízo líquido ajustado de R$ 744,4 milhões. Esse valor representa um aumento de 31,3% em relação ao prejuízo registrado no mesmo período do ano anterior. A queda no resultado operacional somada à variação cambial foram fatores determinantes para esse resultado negativo.
Desempenho Operacional e Impacto no Ebitda
O Ebitda, um indicador financeiro que reflete o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, foi de R$ 1,05 bilhão no 2T24. Isso representa uma contração de 9% na comparação com o mesmo período de 2023. Os analistas do Goldman Sachs destacaram que a expectativa era de receitas unitárias superiores. No entanto, o cenário real mostrou que os custos unitários mais baixos apenas compensaram parcialmente as receitas abaixo do esperado.
Quais são as perspectivas futuras para a Azul?
Embora os resultados apresentados sejam desanimadores, o Goldman Sachs mantém uma recomendação de compra para os papéis da Azul. A perspectiva é de que a companhia aérea conseguirá manter seu poder de precificação. Isso se dá porque a indústria aérea, como um todo, está focada na reconstrução da lucratividade. Esse foco permite o repasse dos custos para as tarifas, criando um potencial de expansão de margem.
Já o BTG Pactual aponta que os resultados estiveram dentro das expectativas, uma vez que foram impactados por eventos como a tragédia no Rio Grande do Sul e a redução temporária da capacidade internacional. A análise do banco também destaca que o foco dos investidores deve se voltar para a dívida conversível da Azul, com um período de lockup que termina no segundo semestre e obrigações que se estenderão até 2027.
Azul revê previsões para 2024
Diante do cenário atual, a Azul revisou suas previsões de desempenho para o restante do ano. A companhia reduziu a projeção de crescimento de oferta, que passou de 11% para 7%. Além disso, a estimativa de Ebitda foi ajustada de cerca de R$ 6,5 bilhões para acima de R$ 6 bilhões, enquanto a previsão de alavancagem foi modificada de aproximadamente 3 vezes para 4,2 vezes.
Esse ajuste reflete a necessidade de adequar as expectativas diante de um cenário econômico e operacional desafiador. Fatores como a volatilidade cambial e a oscilação nos preços do petróleo são elementos que trazem incertezas adicionais para a projeção de desempenho da Azul.
O que esperar para o futuro da Azul?
Analistas acreditam que o interesse dos investidores estará na evolução das conversas sobre uma possível fusão com a Gol. Além disso, a valorização do real e a gestão de capital serão pontos-chave para avaliar a viabilidade de novos investimentos nas ações da companhia aérea.
Apesar das adversidades, tanto o Goldman Sachs quanto o BTG Pactual mantêm a classificação de compra para os papéis da Azul, com preço-alvo de R$ 33. A estratégia agora gira em torno de reduzir perdas e buscar um caminho para a recuperação financeira, de forma a fortalecer a posição da empresa no mercado.