Recentemente, imagens de satélite revelaram um edifício em forma de X em Mianyang, sudoeste da China.
Especialistas afirmam que esta pode ser uma instalação dedicada à pesquisa de fusão nuclear. Apesar das aparentes vantagens científicas e energéticas, surgem preocupações sobre o uso potencial militar deste complexo.

A construção foi bloqueada em um local que, há anos, estava sob a vigilância de analistas devido a interferências de atividades nucleares. Nos últimos anos, o ritmo de construção acelerou significativamente.
Documentos sugerem que a instalação pode ser de fusão a laser, algo que permite reproduzir as condições extremas comumente encontradas no centro de estrelas ou explosões nucleares, segundo analistas.
Qual o impacto global da fusão nuclear?
A fusão nuclear é vista por muitos como a chave para uma nova era de energia limpa e praticamente ilimitada. Diferentemente da fissão nuclear, utilizada atualmente, a fusão não gera resíduos radioativos de longa duração.
Essa tecnologia já atrai a corrida de países e empresas ao redor do mundo, em busca de dominar essa fonte de energia. Nos Estados Unidos, a National Ignition Facility (NIF) na Califórnia liderou a descoberta científica em 2022 para obter uma reflexão de fusão com ganho líquido de energia.
Tal progresso foi um marco, embora desafios continuem existentes, como a energia consumida pelos lasers superando a energia gerada.
Instalações de fusão na China
A instalação em Mianyang pode significar que a China está decidida a se tornar líder na tecnologia de fusão.
Analistas apontam que a construção chinesa será consideravelmente maior que o NIF dos EUA. Um tamanho maior poderia trazer vários benefícios, incluindo maior capacidade de pressão de materiais e, consequentemente, mais energia durante os experimentos.
Entretanto, alcançar o sucesso com a fusão nuclear é extremamente exigente. Logo, o aumento do tamanho da instalação não é garantia de sucesso nos experimentos.
Energia ou armas?
A instalação também levanta suspeitas sobre suas possíveis aplicações militares. Signatária do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, a China não pode realizar testes explosivos nucleares. No entanto, as instalações de fusão a laser podem ser semelhantes às condições de uma explosão nuclear, proporcionando avanços bélicos sem violar acordos internacionais.
Especialistas afirmam que tal infraestrutura pode trazer confiança e refinamento aos projetos de armas existentes, inclusive armas menores e mais sofisticadas. Isso preocupa os analistas, que veem a situação como um equilíbrio entre avanço energético e potência militar.
Quais são os efeitos de uma explosão nuclear?
Uma explosão nuclear gera uma série de efeitos devastadores, tanto imediatos quanto de longo prazo. Entre os impactos imediatos estão:
- Calor intenso: Capaz de incinerar tudo a uma grande distância do epicentro da explosão.
- Onda de choque: Esta força de ar em movimento intenso pode demolir estruturas e causar ferimentos fatais a seres humanos.
- Radiação ionizante: Capaz de induzir câncer e outras enfermidades devido aos elementos radioativos liberados.
Além dos estragos físicos, há também os efeitos psicológicos e sociais severos que impactam as populações expostas.
Futuro da fusão nuclear
Embora os Estados Unidos estejam na frente da fusão nuclear, é evidente que a China avança rapidamente.
A possibilidade de a instalação de Mianyang ser um tipo híbrido de fusão e fissão aumenta a cautela internacional. Porém, apesar das dificuldades, alguns especialistas visualizam essa competição como um incentivo ao desenvolvimento tecnológico.
Em um mundo ideal, a corrida poderia evoluir para uma cooperação global em busca de soluções energéticas sustentáveis, beneficiando toda a humanidade. No entanto, por enquanto, o mundo observa atentamente os avanços em Mianyang e suas possíveis implicações geopolíticas.