A Vale S.A., uma das maiores empresas do Brasil e uma das principais mineradoras do mundo, tem uma história rica e complexa, marcada por momentos de expansão, desafios e mudanças significativas em sua estrutura e operações.
Fundada em 1942 como Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), a empresa foi criada durante o governo de Getúlio Vargas, assim como a Petrobras, com o objetivo de explorar as vastas reservas de minério de ferro na região de Itabira, em Minas Gerais. Ao longo das décadas seguintes, a Vale se consolidou como uma líder global no setor de mineração, expandindo suas operações para diversos países e diversificando sua produção para além do minério de ferro, incluindo pelotas, níquel, cobre e outros metais preciosos.
Privatização e transformações
Uma das principais mudanças na história da Vale foi sua privatização, ocorrida em maio de 1997 durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Esse processo marcou o início de uma nova fase para a empresa, com a entrada de novos investidores e uma maior ênfase na eficiência operacional e no crescimento global.
Desde então, a Vale passou por uma série de transformações, incluindo a aquisição de outras empresas do setor e a expansão de suas operações para novas áreas, como energia elétrica e fertilizantes. Além disso, a empresa tem buscado constantemente melhorias em suas práticas ambientais e de responsabilidade social, buscando mitigar os impactos de suas operações e contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde atua.
Um dos marcos mais importantes na história recente da Vale foi a tragédia de Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019, quando o rompimento de barragens de rejeitos de mineração resultou em centenas de vítimas e danos ambientais significativos. Esses eventos destacaram a necessidade de maior vigilância e segurança nas operações da empresa, levando a Vale a implementar medidas mais rigorosas de monitoramento e gestão de riscos.
Acidentes em Brumadinho e Mariana
O desastre de Mariana, ocorrido em novembro de 2015, foi o resultado do rompimento da barragem de Fundão, pertencente à Samarco, uma joint venture entre a Vale e a BHP Billiton. Este evento foi considerado uma das maiores tragédias ambientais da história do Brasil. Milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração foram despejados no Rio Doce, devastando ecossistemas aquáticos e terrestres ao longo de centenas de quilômetros.
O desastre de Brumadinho, em janeiro de 2019, teve características semelhantes ao de Mariana. Desta vez, a barragem que se rompeu foi a B1, localizada na Mina Córrego do Feijão, também da Vale. O rompimento resultou em uma avalanche de lama e detritos que devastou a região, causando mortes, desaparecimentos, destruição de infraestrutura e danos ambientais irreparáveis.
Em resposta aos desastres, a Vale implementou uma série de medidas para reforçar a segurança de suas instalações, monitorar e mitigar riscos ambientais e sociais, e reparar os danos causados às comunidades afetadas.