Neste ano, observou-se uma taxa significativa de abstenção no segundo turno das eleições municipais, realizada no último domingo (27), onde 29,26% dos eleitores aptos não compareceram às urnas.
Este índice é ligeiramente inferior ao registrado em 2020, ano marcado pela pandemia por Covid-19, mas ainda acima dos números do pleito de 2016.
Por que a taxa de abstenção ainda é alta no Brasil?
Em comparação a anos anteriores, o fenômeno não se deve apenas a questões logísticas ou sanitárias, mas também a fatores mais complexos, como a desconfiança com políticos e a descrença na efetividade das mudanças através do voto.
A pandemia por Covid-19, além de ter afetado diretamente a capacidade de votação em 2020, também agravou essas percepções em certos setores da sociedade.
Como a abstenção varia entre as capitais e estados?
Um aspecto interessante da abstenção nas eleições de 2024 é a variação entre as capitais brasileiras. Porto Alegre liderou o ranking de abstenção no segundo turno, sugerindo que fatores locais podem ter influenciado a decisão dos eleitores.
Em contraste, Fortaleza destacou-se com a menor taxa de abstenção, o que pode ser atribuído a campanhas eficazes de engajamento cívico ou a uma maior confiança no processo eleitoral local.
Veja os 5 estados com maior número de abstenção no segundo turno:
1 – GO (34,43%);
2 – ES (33,17%);
3 – RS (32,41%);
4 – MG (31,79%);
5 – RJ (31,71%).
O que pode ser feito para reduzir a abstenção?
Para enfrentar os altos índices de abstenção, é essencial que tanto o Governo Federal quanto entidades civis empreendam ações visando a maior engajamento dos eleitores.
Algumas estratégias incluem a educação cívica, com o objetivo de fortalecer o entendimento sobre a importância do voto, e a facilitação do acesso às urnas através de infraestrutura adequada e programas de incentivo à participação eleitoral.
Medidas tecnológicas, como a ampliação do uso de aplicativos e plataformas online para informações sobre o processo eleitoral, também podem ajudar a engajar uma parcela mais jovem do eleitorado.
Prefeitos eleitos no segundo turno
O segundo turno elegeu prefeitos de 51 cidades, incluindo 15 capitais. São eles:
Norte
- Belém (PA): Igor Normando (MDB)
- Manaus (AM): David Almeida (Avante) reeleito
- Palmas (TO): Eduardo Siqueira Campos (Podemos)
- Porto Velho (RO): Léo (Podemos)
- Santarém (PA): Zé Maria Tapajós (MDB)
Nordeste
- Aracaju (SE): Emilia Correa (PL)
- Camaçari (BA): Caetano (PT)
- Campina Grande (PB): Bruno Cunha Lima (União Brasil) reeleito
- Caucaia (CE): Naumi Amorim (PSD)
- Fortaleza (CE): Evandro Leitão (PT)
- Imperatriz (MA): Rildo Amaral (PP)
- João Pessoa (PB) Cicero Lucena (PP) reeleito
- Natal (RN): Paulinho Freire (União Brasil)
- Olinda (PE): Mirella (PSD)
- Paulista (PE): Ramos (PSDB)
Centro-Oeste
- Anápolis (GO): Márcio Correa (PL)
- Aparecida de Goiânia (GO): Leandro Vilela (MDB)
- Campo Grande (MS): Adriane Lopes (PP) reeleita
- Cuiabá (MT): Abílio Brunini (PL)
- Goiânia (GO): Mabel (União Brasil)
Sudeste
- Barueri (SP): Beto Piteri (Republicanos)
- Belo Horizonte (MG): Fuad Noman (PSD) reeleito
- Diadema (SP): Taka Yamauchi (MDB)
- Franca (SP): Alexandre Ferreira (MDB) reeleito
- Guarujá (SP): Farid Madi (Podemos)
- Guarulhos (SP): Lucas Sanches (PL)
- Jundiaí (SP): Gustavo Martinelli (União Brasil) eleito, mas aguarda decisão judicial
- Limeira (SP): Betinho Neves (MDB)
- Mauá (SP): Marcelo Oliveira (PT) reeleito
- Niterói (RJ): Rodrigo Neves (PDT)
- Petrópolis (RJ): Hingo Hammes (PP)
- Piracicaba (SP): Helinho Zanatta (PSD)
- Ribeirão Preto (SP): Ricardo Silva (PSD)
- Santos (SP): Rogerio Santos (Republicanos) reeleito
- São Bernardo do Campo (SP): Marcelo Lima (Podemos)
- São José do Rio Preto (SP): Coronel Fabio Candido (PL)
- São José dos Campos (SP): Anderson (PSD) reeleito
- São Paulo (SP): Ricardo Nunes (MDB) reeleito
- Serra (Espírito Santos): Weverson Meireles (PDT)
- Sumaré (SP): Henrique do Paraíso (Republicanos)
- Taboão da Serra (SP): Engenheiro Daniel (União Brasil)
- Taubaté (SP): Sergio Victor (Novo)
- Uberaba (MG): Elisa Araujo (PSD) reeleita
Sul
- Canoas (RS): Airton Souza (PL)
- Caxias do Sul (RS): Adiló (PSDB) reeleito
- Curitiba (PR): Eduardo Pimentel (PSD)
- Londrina (PR): Tiago Amaral (PSD)
- Pelotas (RS): Marroni (PT)
- Ponta Grossa (PR): Elizabeth Schmidt (União Brasil) reeleita
- Porto Alegre (RS): Sebastião Melo (MDB) reeleito
- Santa Maria (RS): Rodrigo Decimo (PSDB)