A Coreia do Sul relatou que, recentemente, a Coreia do Norte detonou partes significativas das estradas Gyeongui e Donghae, localizadas ao norte da Linha de Demarcação Militar.
As explosões ocorrem dias após a Coreia do Norte acusar o país sul-coreano de posicionar drones de propaganda sobre a sua capital Pyongyang e ameaçar retaliação, na mais recente troca de provocações, depois de meses da Coreia do Norte enviar balões de lixo para o Sul.
Diante do ocorrido, a Coreia do Sul classificou a ação como “extremamente anormal” e em violação de acordos inter-coreanos previamente estabelecidos. As estradas, que foram desenvolvidas como um projeto colaborativo entre as duas nações, tinham sua construção parcialmente financiada por Seul.
Reações e implicações na Península Coreana
A detonação foi interpretada por especialistas como um sinal de deterioração das relações inter-coreanas, porém, segundo analistas, não aponta para um conflito militar iminente.
Historicamente, a Coreia do Norte realiza tais atos em períodos de tensões internacionais, como antes de acontecimentos políticos significativos, incluindo eleições nos Estados Unidos.
Conflitos e táticas na fronteira
Esse movimento é parte de uma série de ações desde que Kim Jong-un declarou a Coreia do Sul como “inimigo principal” da Coreia do Norte.
O governo local da província de Gyeonggi, na Coreia do Sul, reagiu declarando algumas áreas fronteiriças como zonas de risco. Esta medida veio acompanhada de uma proibição do envio de folhetos anti-Pyongyang, já que tal ato é visto como uma ameaça e um potencial gatilho para conflitos militares pela administração norte-coreana.
Ataques simbólicos e estratégia política
Estes eventos fazem parte de uma tática norte-coreana para acentuar a separação entre as duas Coreias, como sugerido por analistas. Além disso, Pyongyang costuma realizar tais atos à medida que grandes eventos mundiais se aproximam, buscando chamar a atenção internacional sem iniciar confrontos diretos.
Em 2020, por exemplo, a Coreia do Norte demoliu o escritório de ligação inter-coreano, reiterando sua tendência de destruir simbolismos de reaproximação entre as duas nações.