Nas eleições para a prefeitura de São Paulo deste ano, um nome tem se destacado não só pelas suas propostas, mas também pela controvérsia envolvendo seu patrimônio: Pablo Marçal (PRTB).
Com uma fortuna de R$ 193,5 milhões declarada à Justiça Eleitoral, ele é o candidato mais rico na disputa, enfrentando candidatos como Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB). Porém, uma investigação da Folha de S. Paulo revela que essa quantia pode estar subestimada.
De acordo com a reportagem, Marçal teria omitido empresas, imóveis e aeronaves que, se somados, elevariam seu patrimônio para algo entre R$ 135 milhões e R$ 168 milhões a mais do que o informado oficialmente. Isso levanta sérias questões sobre a transparência e a precisão dos dados fornecidos pelos candidatos.
Marçal e a declaração de bens eleitoral
Segundo a apuração, o modelo de declaração de bens eleitoral pode ser vago, deixando brechas para eventuais omissões. Por exemplo, Marçal teria omitido ao menos duas empresas das quais é sócio e subestimado o valor de outras, como a Marçal Participações.
A Marçal Participações, empresa onde o candidato possui 90% das cotas, foi declarada com um valor de R$ 450 mil ao TSE, mas conforme dados da Receita Federal, o valor real seria R$ 2,9 milhões. Além disso, essa empresa detém R$ 79 milhões em imóveis e aeronaves de grande valor, como helicópteros e um avião.
Veja os números detalhados:
- Imóveis: R$ 97 milhões
- Flat Participações: R$ 1 milhão
- Mcar: R$ 100 mil
- 50% da Marçal Holding: R$ 19,5 milhões
- Marçal Participações: R$ 2,8 milhões
- Avião e helicópteros: R$ 14,5 milhões a R$ 48,5 milhões
Total estimado: de R$ 135 milhões a R$ 168 milhões.
Esses números mostram que o verdadeiro patrimônio de Marçal pode ser significativamente maior do que o declarado.
Polêmicas e questões na eleição de 2024
A estreia da propaganda eleitoral pela prefeitura de São Paulo foi marcada pela apresentação das biografias dos principais candidatos. No entanto, Marçal ficou de fora da propaganda eleitoral gratuita na TV, pois seu partido, PRTB, não possui representantes no Congresso Nacional, um critério necessário para obtenção de tempo de TV.
Embora Marçal tenha causado alvoroço nas redes sociais, os outros candidatos optaram por deixá-lo de lado em suas propagandas de rádio. Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB) focaram em se apresentar aos eleitores em vez de dar destaque ao influenciador.