No início deste ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) iniciou uma série de paralisações que impactaram diretamente a operação de várias empresas, particularmente aquelas no setor de petróleo e gás.
A PRIO, conhecida pelo seu ticker PRIO3 na bolsa de valores, foi uma das afetadas, o que levou a uma revisão importante nas projeções financeiras feita pela XP Investimentos.
Conforme os relatos dos analistas Regis Cardoso e Helena Kelm, a PRIO enfrentava dificuldades principalmente relacionadas à curva de produção devido a poços que permanecem parados aguardando aprovação do órgão ambiental.
A situação foi agravada pela greve completa declarada em julho, após uma série de paralisações mais pontuais. Esse movimento resultou numa redução considerável na produção diária da empresa, estimada em 4,5 kbpd (milhares de barris por dia).
Como a greve do Ibama afeta o mercado de petróleo?
A greve do Ibama tem prejudicado a obtenção de licenças ambientais necessárias para a operação e expansão das atividades de perfuração da PRIO. Isso traz não só uma redução imediata na produção de petróleo mas também um atraso nas fases de desenvolvimento e planejamento de novos campos de exploração, como o Wahoo e o campo ABL, essenciais para o crescimento futuro da produção.
Operação ainda promissora
Apesar dos desafios a curto prazo, os analistas da XP mantêm uma visão positiva sobre a posição da PRIO no mercado. A empresa conseguiu adicionar dois novos poços à operação em Albacora Leste (ABL) e continua a perfuração em outros locais, como o campo de Polvo. Estas ações são vistas como potenciais compensações ao declínio natural da produção e importantes para manter o fluxo de caixa positivo.
Segundo estimativas, enquanto a produção atual gira em torno de 88 kbpd, há uma expectativa de significativo aumento para 123 kbpd no segundo semestre de 2025, o que poderia elevar o yield anualizado do fluxo de caixa livre da empresa para aproximadamente 24% ao ano. Essa projeção sustenta a recomendação de compra da XP, mesmo com o ajuste no preço-alvo para R$ 64,00, ante os R$ 67,20 anteriores.
Perspectivas futuras para a PRIO e seus investidores
Olhando para o futuro, a resolução das questões trabalhistas do Ibama e a normalização das licenças ambientais serão cruciais para que a PRIO e outras empresas do setor de óleo e gás consigam retomar a plena capacidade produtiva.
O envolvimento mais ativo do governo nas negociações é um sinal positivo de que soluções podem estar a caminho. Para os investidores, permanece a expectativa de que a PRIO possa superar os desafios atuais e aproveitar plenamente o potencial de seus ativos produtivos no futuro próximo.
Diante desse cenário, a recomendação de compra mantida pela XP reflete não apenas uma análise do cenário atual mas também uma confiança na capacidade estratégica da PRIO de navegar em águas turbulentas, otimizando suas operações e mantendo seu compromisso com a sustentabilidade e eficácia operacional.
É importante destacar que esta matéria não é uma recomendação de compra e venda. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, faça análises e esteja sempre bem informado.