A marca Ignite, líder no mercado ilegal de cigarros eletrônicos no Brasil, tem se destacado cada vez mais ao introduzir seus produtos no país. O destaque recente é a vodka que leva o mesmo nome do dispositivo eletrônico, que entrou no Brasil patrocinando um show do sertanejo Gusttavo Lima em Goiânia recentemente.
A estratégia utilizada pela marca é aferir e atrair público por meio de marketing indireto, impulsionado por influencers e celebridades. Essa ação contraria uma das principais normas determinadas pela Anvisa na resolução 855, decretada em abril de 2023, que proíbe a “divulgação do nome de marca e elementos de marca de dispositivos eletrônicos para fumar ou da empresa fabricante em produtos diferentes dos derivados do tabaco”.
A situação levanta questões sérias sobre a eficácia das regulamentações atuais e o papel das autoridades na fiscalização e combate ao contrabando de produtos não autorizados.
Como a estratégia de marketing indireto está seduzindo o público?
A tática da Ignite é utilizar ações de marketing indireto, aproveitando a influência de celebridades e influencers. Isso cria uma imagem glamorosa e disputada para seus produtos, tornando-os objetos de desejo, principalmente entre jovens.
A participação das celebridades e influencers é essencial para o sucesso dessa estratégia. Ao associar seus nomes a eventos patrocinados por marcas como a Ignite, eles acabam por legitimar e popularizar produtos ilegais.
Esse tipo de suporte indireto gera consequências graves, já que, além de promover o uso de produtos não regulamentados, enfraquece a autoridade das leis de fiscalização e regulamentação existentes.
Ao patrocinar um show com grande visibilidade, a Ignite consegue uma plataforma massiva para promover seus produtos, tornando ainda mais difícil para a Anvisa e outras autoridades competentes frear o avanço desse mercado ilícito.
O que pode ser feito para combater essa prática?
É necessário um esforço conjunto para combater a prática ilegal de promoção e venda de cigarros eletrônicos. Alguns passos possíveis incluem:
- Fortalecimento da fiscalização e aplicação de multas mais severas para infratores.
- Campanhas de conscientização sobre os riscos associados aos produtos ilegais.
- Parcerias entre a Anvisa, autoridades policiais e influenciadores para encerrar a promoção de produtos ilícitos.
A sociedade e as autoridades precisam atuar de forma integrada para que a fiscalização das normas vigentes seja efetiva. Só assim será possível desestimular o comércio ilegal e proteger a saúde pública.