O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, se manifestou de forma contundente contra um possível aumento da taxa Selic no Brasil. Para ele, tal medida seria um contrassenso, especialmente no atual cenário econômico do país. Marinho também expressou críticas ao Banco Central, afirmando que a instituição tem falhado em monitorar os dados de emprego de forma adequada.
“Nós perdemos o juízo de vez. Não faz sentido falar em aumento de juros no Brasil, sendo o segundo juro mais alto do mundo. Não faz sentido dizer que a inflação preocupa porque ela não está fora de controle”, afirmou Marinho em um encontro com jornalistas após a assinatura do projeto Coalizão Aprendiz Legal, realizado no auditório da Editora Globo, no centro do Rio de Janeiro.
Por Que Aumentar a Selic Seria Um Erro?
No dia 31 de julho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 10,5% ao ano. Na ata da reunião, foi indicado que a taxa poderia ser elevada caso fosse necessário. No entanto, para Marinho, essa abordagem é equivocada.
Segundo o ministro, controlar a inflação apenas com a lógica da restrição de consumo, seja através da ausência de crédito ou aumento dos juros, é uma estratégia falha. “Até porque aumentar os juros sangra ferozmente o orçamento público”, argumentou.
Quais são as Alternativas ao Aumento dos Juros?
Marinho acredita que há outras formas mais eficazes de controlar a inflação sem prejudicar a economia. Na abertura do Mutirão de Emprego em São Paulo, ele destacou que aumentar a capacidade de consumo da população impulsiona novas contratações por parte dos empresários.
- Diálogo com o setor privado para aumentar investimentos.
- Estimular a produção e oferta de bens.
- Monitorar e incentivar o crescimento dos empregos.
“Se têm empregos crescentes, se tem massa salarial crescente, é preciso dizer ao privado ‘invista mais, produza mais, oferte mais’ para controlar a inflação a partir da oferta e não a partir da restrição. A restrição potencialmente gera desemprego”, destacou Marinho.
Banco Central e Monitoramento dos Dados de Emprego
O ministro também enfatizou que o Banco Central deve cumprir rigorosamente suas funções, especialmente no monitoramento dos dados de emprego. “O Banco Central não está cumprindo rigorosamente as suas funções. Espero que não perca o juízo de vez. Falar de aumentar os juros agora seria perder o juízo de vez”, criticou.
Além disso, Marinho afirmou ser plenamente possível gerar pleno emprego ao mesmo tempo em que se controla a inflação. Ele mencionou a necessidade de regulamentar o trabalho por aplicativo e espera que o deputado federal Augusto Coutinho leve a questão ao plenário ainda este ano.
O Impacto das Decisões Econômicas no Mercado de Trabalho
Mais cedo, no evento em São Paulo, Marinho fez questão de destacar como o aumento da capacidade de consumo da população pode influenciar positivamente o mercado de trabalho. Ele explicou que empresários tendem a contratar mais funcionários quando há demanda crescente.
- Aumento da capacidade de consumo.
- Novas contratações por parte dos empresários.
- Estímulo à produção e oferta de bens.
Segundo Marinho, essas medidas ajudam a controlar a inflação pela ótica da oferta, evitando a criação de desemprego, o que seria um efeito colateral indesejado da restrição de consumo.