O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar seu antecessor e principal adversário político, Jair Bolsonaro (PL), durante a inauguração da fábrica de polipeptídeo sintético da EMS, em Hortolândia (SP). Durante seu discurso, Lula apontou o que classificou como “irresponsabilidade” do governo anterior no combate à pandemia de Covid-19.
A nova fábrica da EMS, que trabalha com tecnologia de ponta para produzir e comercializar moléculas de liraglutida e semaglutida, destinadas ao tratamento de obesidade e diabetes, recebeu um investimento de R$ 70 milhões, dos quais R$ 48 milhões vieram por meio de financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Lula critica negligência no combate à Covid-19
Em seu discurso, Lula não poupou críticas ao antecessor, atribuindo a ele “pelo menos metade das mortes” registradas no país por causa da Covid-19. Segundo o presidente, a maneira como Bolsonaro tratou a saúde pública e a qualidade dos ministros da Saúde indicados foram fatores cruciais para o elevado número de vítimas.
“O governo tem responsabilidade [pelas mortes] pelo descaso com que tratou a saúde.” afirmou Lula, adicionando que a falta de sensibilidade resultou em muitos sofrimentos para o país. Ele prometeu que não permitirá que situações similares se repitam no futuro.
Por que o governo Bolsonaro foi criticado internacionalmente?
Além das questões de saúde, Lula mencionou como o Brasil se tornou um “pária” internacional durante o governo Bolsonaro. O isolamento diplomático foi exacerbado pela negação científica e pelas políticas controversas, afastando o Brasil de relações internacionais pró-ativas.
O Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
Durante o evento, Lula destacou a importância do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), que ele acredita ser essencial para unificar todos os setores do governo. Segundo ele, a ausência de um projeto unificado leva os ministros a tentarem individualizar seus programas, o que não é eficiente para o país.
Ele relembrou que, durante a elaboração do PAC, envolveu os 27 governadores de estado, independentemente das afinidades políticas, reforçando a colaboração entre os diversos níveis de governo.
Como o governo Lula lida com a preservação da Amazônia?
Lula também abordou a questão ambiental, comprometendo-se a alcançar o desmatamento zero até 2030 e exigindo que os países ricos paguem aos países que ainda possuem florestas pela manutenção dessas áreas verdes.
Ele ressaltou que o Brasil tem soberania sobre o território amazônico e que a intenção não é transformar a Amazônia em um museu, mas sim preservar suas riquezas naturais.
Exigências à Anvisa
Na parte final de seu discurso, Lula cobrou da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) maior agilidade na liberação de novos medicamentos. Ele destacou que é inaceitável que a população não possa ter acesso aos remédios devido à demora nos processos de aprovação.
“É preciso a Anvisa andar um pouco mais rápido para aprovar os pedidos que estão lá porque não é possível o povo não poder comprar remédio porque a Anvisa não libera“, afirmou Lula.
Além de Lula, estiveram presentes na inauguração o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB); os ministros Paulo Teixeira, Nísia Trindade (Saúde) e Luciana Santos; e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, além da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja.