A Mars Inc. comprou a Kellanova por quase US$ 36 bilhões, unindo duas gigantes do setor alimentício em um dos maiores negócios do ano.
De acordo com o comunicado oficial, a Mars pagará US$ 83,50 por ação em dinheiro pela fabricante dos chips Pringles e dos waffles Eggo. Esse preço representa um prêmio substancial de 33% sobre o preço de fechamento da Kellanova em 2 de agosto de 2023, último dia útil antes das negociações do acordo serem inicialmente relatadas.
Acordo Mars Kellanova
A Mars, constituída como uma empresa de capital fechado, busca diversificar seu portfólio, tradicionalmente focado em chocolates como M&Ms e Snickers.
Com a aquisição da Kellanova, a Mars pretende explorar novos mercados e produtos, diminuindo sua dependência do cacau, cujo preço atingiu níveis históricos em 2023. Isso além de aproveitar a forte presença da Kellanova em segmentos como cereais e lanches prontos.
Como a aquisição impactará o consumidor e a indústria de alimentos embalados?
Para o consumidor, essa fusão pode significar uma maior variedade de produtos e inovações no mercado. A Kellanova, anteriormente conhecida como Kellogg, tem mostrado resultados positivos, com um aumento no guidance anual e um desempenho superior aos seus concorrentes desde que separou suas operações de cereais com a WK Kellogg Co. no final de 2023.
A indústria de alimentos embalados enfrenta desafios como volume em declínio, crescimento lento e resistência do consumidor a aumentos de preços. Diante desse cenário, a inovação e a busca por novos mercados tornam-se imperativas.
O que esperar do mercado internacional?
Ao unirem forças, a Mars e a Kellanova esperam ganhar tração em mercados internacionais, expandindo suas operações de forma significativa. A Mars Snacking, divisão que absorverá a Kellanova, planeja crescer exponencialmente nos próximos dez anos. Esse movimento é uma resposta à necessidade de adaptação em um mercado global onde o consumo tem mostrado sinais de enfraquecimento.
Financiar essa monumental aquisição envolve uma linha de crédito-ponte de US$ 29 bilhões, que estará disponível para a Mars. Esse montante substancial, aliado ao uso de dinheiro em caixa e novas dívidas, permitirá que o acordo seja concluído no primeiro semestre de 2025, sem maiores preocupações antitruste, graças à sobreposição limitada entre os produtos das duas empresas.
O que dizem os analistas?
Analistas do setor são otimistas quanto à fusão. Eles acreditam que a Mars, com sua forte presença em chocolates e a Kellanova, com sua diversificação em alimentos embalados e cereais, têm tudo para não enfrentar grandes preocupações com reguladores.
Essa expectativa positiva é reforçada pelo compromisso do W.K. Kellogg Foundation Trust e da Família Gund, que representam 20,7% das ações da Kellanova e já sinalizaram voto a favor do acordo.
Em resumo, essa fusão entre Mars e Kellanova configura-se como um marco importante no setor alimentício, prometendo não apenas uma expansão das operações, mas também uma renovação no portfólio de produtos oferecidos aos consumidores.