O dólar à vista iniciou as negociações desta quinta-feira (25) em alta, chegando à máxima de R$ 5,69 pela manhã. Essa valorização deve-se à forte recuperação do iene e à queda no preço das commodities, que continuam pressionando as moedas de países emergentes. No entanto, a divisa norte-americana reverteu para queda, com os investidores repercutindo os números da inflação no Brasil, que vieram piores do que o esperado em julho.
O mercado computou uma probabilidade de 21% de o Banco Central aumentar os juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana. Essa expectativa deu algum fôlego para o real durante o dia.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar comercial fechou em queda de 0,16%, sendo vendido a R$ 5,648. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caiu 0,12%, atingindo 5.653 pontos. Esse movimento contradiz o fechamento de quarta-feira, quando o dólar à vista foi cotado a R$ 5,656, uma alta de 1,24%, a segunda maior cotação de fechamento em 2024.
Veja as cotações do dólar turismo:
- Compra: R$ 5,679
- Venda: R$ 5,859
O que aconteceu com o dólar hoje?
Embora o real tenha se fortalecido frente ao dólar nesta quinta-feira (25), fatores externos continuam pressionando os mercados emergentes. A queda nos preços de commodities como petróleo e minério de ferro tem sido catalisada pela piora nas perspectivas econômicas da China. Como o maior importador global, qualquer desaceleração na China afeta diretamente os países exportadores de commodities, incluindo o Brasil.
Além disso, a recuperação do iene frente ao dólar está impulsionada por suspeitas de que o Banco do Japão poderá aumentar os juros na próxima semana. A expectativa de redução no diferencial das taxas de juros entre o Japão e os Estados Unidos tem levado investidores a zerar suas posições em operações de “carry trade”.
Como a influência externa afeta o mercado cambial brasileiro?
Os investidores que operam em “carry trade” assumem posições vendidas no iene e realocam recursos para países com juros mais elevados, como o Brasil. A possibilidade de aumento de juros no Japão força esses investidores a zerar suas posições, resultando em uma fuga de capital dos mercados emergentes. Nesse contexto, o dólar vem se fortalecendo contra outras moedas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.
- Impacto no Real: O fortalecimento do dólar contra o real ocorre quando há expectativas de aumentos de juros ou tensões econômicas globais.
- Fatores Domésticos: A inflação e as decisões de política monetária no Brasil também têm um papel crucial na determinação da cotação do dólar.
Expectativas para o futuro: o que podemos esperar?
No cenário nacional, a análise dos dados do IPCA-15 revelou que a inflação em julho superou as previsões. O IBGE informou que o IPCA-15 subiu 0,30% em julho, um resultado acima da alta de 0,23% esperada em pesquisa da Reuters. Esse resultado elevou a taxa de inflação nos 12 meses até julho para 4,45%, acima dos 4,06% registrados em junho.
Com o fortalecimento do dólar e as preocupações com a pressão inflacionária, a curva de juros futuros precificou uma probabilidade de 21% de o Banco Central aumentar a taxa de juros na próxima semana. Essa possível alta é uma medida que o mercado interpreta como uma tentativa de conter a inflação e estabilizar a moeda.
É crucial estar atento aos desdobramentos nas decisões de política monetária, tanto interna quanto externamente, para entender os movimentos no câmbio.