Na última segunda-feira (26), mais dois municípios brasileiros deram início à liberação de mosquitos Aedes aegypti modificados. Essa iniciativa visa reduzir a transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya.
Londrina e Foz do Iguaçu, no Paraná, são as novas cidades a participarem dessa fase do projeto. Em 19 de agosto, Joinville, em Santa Catarina, já havia iniciado a mesma estratégia. Outras cidades como Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP) e Natal (RN) também integrarão o programa a partir de setembro.
Como funciona a liberação dos mosquitos?
A iniciativa consiste na liberação do Aedes aegypti modificado com a bactéria Wolbachia. Essa bactéria impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam nos mosquitos. Especialistas explicam que a Wolbachia não oferece nenhum perigo à população, sendo uma bactéria natural.
Em Foz do Iguaçu, são liberados 1,3 milhão de mosquitos por semana, enquanto em Londrina a quantidade chega a cerca de 3 milhões, abrangendo mais de 290 mil pessoas. No caso de Joinville, a liberação semanal é de 3,6 milhões de mosquitos.
A estratégia é amplamente distribuída por essas cidades, abrangendo várias regiões. Pequenos dispositivos são usados para liberar os mosquitos de forma controlada e eficiente.
A partir do primeiro mês de liberação, começa a fase de monitoramento. Através de testes com ovos dos mosquitos, avalia-se se a Wolbachia está se estabelecendo de forma eficaz nas regiões-alvo.
Cidades que já utilizam a bactéria Wolbachia
O método Wolbachia já está sendo implementado em outras cidades brasileiras como:
- Rio de Janeiro, RJ
- Niterói, RJ
- Campo Grande, MS
- Belo Horizonte, MG
- Petrolina, PE
A proliferação da Wolbachia nos mosquitos locais dessas áreas têm mostrado resultados promissores na redução da transmissão de doenças.
Por que escolher a Wolbachia como método de controle?
A Wolbachia é uma bactéria que ocorre naturalmente em cerca de 60% dos insetos. Seu uso no controle da transmissão de vírus é uma alternativa sustentável e segura. De acordo com os especialistas, a presença da bactéria nos mosquitos impede que os vírus se desenvolvam, interrompendo o ciclo de transmissão.
Essa estratégia inovadora tem sido bem recebida pelas comunidades envolvidas, que veem no método uma esperança eficaz para reduzir as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Planos futuros
O sucesso inicial desta fase do projeto vai determinar a expansão da iniciativa para mais municípios brasileiros. A meta é alcançar todas as regiões do país, proporcionando um controle mais abrangente das doenças transmitidas por mosquitos.
Com o avanço desse método, espera-se que outras tecnologias e estratégias complementares sejam desenvolvidas, ampliando as possibilidades de um controle mais eficiente e duradouro.
A população das cidades envolvidas é encorajada a participar e colaborar com os especialistas durante todo o processo, garantindo o sucesso da implementação e monitoramento da Wolbachia nos mosquitos locais.
Esse avanço na ciência e na saúde pública é um passo crucial na batalha contra doenças que há anos afetam milhões de brasileiros.