Em 2025, o Programa de Financiamento Estudantil (Fies) anunciou a disponibilização de 112 mil novas vagas, distribuídas em duas etapas durante o ano.
O programa representa uma importante iniciativa do Ministério da Educação (MEC) para apoiar estudantes de baixa renda a ingressar no ensino superior.
Apesar de o número total de vagas permanecer semelhante aos anos anteriores, as dificuldades de preenchimento e a alta inadimplência continuam sendo desafios. Apenas uma fração das vagas disponíveis tem se traduzido em contratos efetivamente assinados, evidenciando uma desconexão entre oferta e demanda.
Como funciona o Fies em 2025?
Para participar do Fies, os candidatos devem atender a critérios específicos, como não zerar a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e alcançar pelo menos 450 pontos na média das provas. Além disso, o programa tem focado em oferecer oportunidades a estudantes de baixa renda inscritos no Cadastro Único, através da modalidade conhecida como Fies Social.
Essa modalidade reserva 50% das vagas para alunos com renda per capita de até meio salário mínimo e inclui cotas para negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência.
Por que existem tantas vagas não preenchidas?
A oferta de vagas contrasta com o número de contratos efetivamente firmados. Em 2024, apenas 43 mil contratos foram assinados, muito abaixo do total de vagas oferecidas.
Especialistas sugerem que esse problema poderia ser resultado de critérios de seleção pouco alinhados à realidade socioeconômica atual do país.
Qual o impacto da inadimplência no Fies?
Um dos principais desafios do Fies é a inadimplência, que já atingiu a marca de R$ 17 bilhões em parcelas atrasadas. Para mitigar esta questão, o governo lançou o programa Desenrola Fies em 2024, possibilitando renegociações de dívidas.
Mais de 383 mil estudantes aderiram a essa iniciativa, resultando na recuperação de quase R$ 800 milhões.
Ajustes e futuro do Fies
O governo reconhece que, apesar da percepção de baixa ocupação das vagas, a demanda por financiamento estudantil continua significativa. Com isso, o MEC está empenhado em melhorar a acessibilidade e as condições de elegibilidade, para maximizar a ocupação das vagas oferecidas.
Diante deste cenário, é claro que o Fies continuará a desempenhar seu papel fundamental na educação superior no Brasil, mas ajustes são necessários para tornar o programa mais eficaz e alinhado com a realidade econômica do país.