O Nubank registrou um lucro de US$ 487,3 milhões no segundo trimestre de 2024. Esse valor representa um aumento de 28,6% em comparação ao primeiro trimestre e de 116,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Esse crescimento, no entanto, veio acompanhado de um aumento na inadimplência, refletindo a decisão da fintech de assumir mais riscos.
A receita também apresentou um crescimento significativo, alcançando US$ 2,849 bilhões, o que representa um avanço de 4,1% em relação ao trimestre anterior e 52,4% em comparação ao segundo trimestre de 2023. Excluindo a variação cambial, os aumentos seriam ainda mais significativos, de 11,7% e 64,8%, respectivamente.
Como o Nubank conseguiu esse crescimento?
Um dos fatores que contribuíram para esse crescimento foi o retorno sobre patrimônio (ROE) anualizado, que atingiu 28%. Isso é superior ao 23% registrado no primeiro trimestre e ao 17% observado no segundo trimestre do ano passado.
Além do crescimento doméstico, a expansão internacional também teve um papel importante. No final de junho, o Nubank possuía 104,5 milhões de clientes, um aumento de 5,2% em três meses e de 24,8% em um ano. Isso inclui 95,5 milhões de usuários no Brasil, 7,8 milhões no México e cerca de 1,3 milhão na Colômbia.
Qual o impacto da expansão internacional do Nubank?
Segundo o fundador e CEO global do Nubank, David Vélez, o recente lançamento de contas correntes no México e na Colômbia foi um marco significativo. “Esses lançamentos geraram depósitos de US$ 3,3 bilhões no México e US$ 220 milhões na Colômbia, alimentando nossas expectativas de crescimento nessas operações“, afirmou Vélez.
Quais os desafios enfrentados pelo Nubank com a inadimplência?
A alta da inadimplência foi um aspecto planejado, de acordo com Guilherme Lago, vice-presidente financeiro do Nubank. Desde o final de 2022, o banco vem focando mais em crédito pessoal, que possui uma taxa de inadimplência maior, e expandindo suas operações para clientes com maiores riscos.
Lago explicou que essa alta é intencional e está dentro das expectativas: “Nossa margem ajustada ao risco saiu de 13,2% no fim de 2022 para 21,8% agora. Estamos sendo recompensados pelo risco adicional que decidimos tomar.” O executivo também mencionou que se a inadimplência subir além do esperado, o banco ajustará a alocação de capital.
Principais resultados do Nubank
Apesar dos desafios, o Nubank mostrou resultados financeiros robustos. A carteira de crédito desacelerou, mas ainda cresceu 27,7% em 12 meses, chegando a US$ 18,9 bilhões. As despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD) atingiram US$ 759,8 milhões, com uma queda trimestre a trimestre de 8,5%.
O ROE na operação brasileira foi acima de 50%, com o lucro superando em 16% a média das projeções dos analistas. “Nosso modelo está funcionando muito bem, não só em termos de crescimento, mas de rentabilidade e resiliência financeira”, afirmou Lago.
O resultado poderia ter sido ainda melhor, se não fosse a desvalorização do real, que caiu 12% ante o dólar no trimestre.
O Nubank continua mostrando sua força no mercado, tanto nacional quanto internacional. A combinação de um modelo de negócios sólido, uma estratégia de crescimento bem executada e uma gestão eficaz de riscos coloca a fintech em uma posição de destaque para continuar crescendo nos próximos trimestres.