Uma falha cibernética global, desencadeada por erros no sistema da empresa britânica de cibersegurança CrowdStrike, causou grandes transtornos nesta sexta-feira (19), afetando bancos e corretoras de valores no Brasil.
Este incidente trouxe oscilações significativas nas plataformas financeiras, impactando severamente a Nelogica, XP Investimentos, e suas afiliadas Rico e Clear. As dificuldades foram sentidas especialmente em ferramentas essenciais para operações financeiras, deixando muitos investidores e usuários frustrados.
Impacto nas Corretoras e Plataformas Financeiras
A Nelogica, conhecida por seu sistema Profit, utilizado em operações táticas e day trading, sofreu diversas funcionalidades comprometidas. Muitos traders relataram dificuldades para visualizar serviços importantes como análise gráfica e envio de ordens de call e put. Em resposta à falha, a Nelogica informou que suas equipes de tecnologia estavam realizando uma “manutenção emergencial” desde a madrugada de sexta-feira.
A XP Investimentos também foi fortemente afetada, com instabilidades de login que dificultaram o acesso ao seu hub de investimentos. Um comunicado oficial da XP enviado a parceiros confirmou que a plataforma estava enfrentando dificuldades, principalmente no acesso via senha e token.
Consultores de investimentos autônomos e clientes relataram que a corretora “ainda não voltou para o ar” mesmo horas após o início do problema. Apesar disso, a XP possui sistemas de redundância que permitem operações por outros caminhos menos convencionais.
As afiliadas da XP, Rico e Clear Corretora, também enfrentaram problemas. Segundo o Downdetector, a Rico teve um pico de usuários relatando problemas às 10h42, enquanto a Clear atingiu o pico de notificações às 10h31, com 61 reclamações de oscilações. Em ambas as plataformas, os usuários tiveram dificuldades de acesso e operação.
Bancos Também Afetados
Não foram apenas as corretoras que sofreram com a falha cibernética. Bancos como Bradesco e Nubank também enfrentaram sérios problemas técnicos. Os canais digitais do Bradesco amanheceram fora do ar, e a instituição confirmou que suas equipes internas estavam trabalhando para “regularização o mais breve possível”. Embora os terminais de autoatendimento do banco funcionassem normalmente, a indisponibilidade dos canais digitais causou grande inconveniente aos clientes.
O Nubank, por sua vez, teve um pico de reclamações de instabilidade às 10h15, conforme reportado pelo Downdetector. Em nota, o Nubank informou que o único impacto identificado até o momento foi na operação dos canais de atendimento ao cliente. A empresa assegurou que estava tomando medidas para resolver o problema rapidamente.
Alternativas Durante a Instabilidade
Diante das dificuldades, investidores e consultores buscaram alternativas para não ficarem paralisados. Renato Reis, da Blue3 Research, sugeriu que, mesmo com a falha, era possível operar via mesas de negociação, enviando ordens diretamente aos assessores por e-mail. Essa abordagem emergencial permitiu que algumas operações continuassem, apesar das limitações impostas pela falha cibernética.
Reflexões sobre Segurança Cibernética
O incidente levou a uma reflexão mais profunda sobre a segurança cibernética em sistemas financeiros. A falha global destacou a vulnerabilidade das infraestruturas digitais e a necessidade urgente de medidas mais robustas de proteção. Com o aumento das reclamações e reportagens, ficou evidente que a dependência de sistemas digitais traz riscos significativos, exigindo planos de contingência mais eficazes.
Enquanto as equipes técnicas de diversas instituições financeiras trabalham para a retomada plena dos serviços, investidores e usuários aguardam com expectativa por soluções definitivas que fortaleçam a segurança e a estabilidade das operações financeiras. Este evento serviu como um alerta para a importância de se investir em cibersegurança e de estar preparado para enfrentar imprevistos tecnológicos.