Nesta terça-feira (6), a Oncoclínicas (ONCO3) anunciou uma joint venture com a Advanced Drug Company, subsidiária do grupo árabe Al Faisaliah Group. O objetivo da parceria é expandir as operações da Oncoclínicas para a Arábia Saudita, conforme detalhado em fato relevante enviado ao mercado.
A nova empresa terá o potencial de gerar, em cinco anos, uma receita de US$ 550 milhões e um Ebitda de US$ 150 milhões, indicador que mede o resultado operacional. A joint venture será controlada majoritariamente pela Oncoclínicas, com 51% de participação, enquanto o Al Faisaliah Group deterá os 49% restantes.
Oncoclínicas foca em Arábia Saudita para crescimento
A iniciativa inicialmente se concentrará no desenvolvimento de uma unidade ambulatorial de tratamento de quimioterapia, radioterapia e medicina diagnóstica em Riad. O investimento para construção e maturação dessa unidade está estimado entre US$ 10 a 20 milhões.
De acordo com o Saudi Census, a Arábia Saudita possui uma população de cerca de 32 milhões de habitantes e um produto interno bruto de US$ 1,1 trilhão, sendo a maior economia da região do Golfo. O país tem crescido a uma taxa média real de 4% ao ano nos últimos três anos.
Por que a Oncoclínicas escolheu a Arábia Saudita?
De acordo com análises baseadas em dados da Organização Mundial da Saúde e do Saudi Census, o mercado endereçável de oncologia na Arábia Saudita é estimado em cerca de US$ 3 bilhões para 2024. Esse potencial elevado é um dos principais motivos da escolha do país para a expansão da Oncoclínicas.
O Al Faisaliah Group, fundado em 1971 e com sede em Riad, é um dos maiores conglomerados da Arábia Saudita. Com operações em diversos setores, incluindo saúde e alimentação, o grupo é considerado um parceiro local experiente e competente pela Oncoclínicas.
A recuperação da Oncoclínicas na bolsa
A joint venture ocorre em um momento delicado para a Oncoclínicas na bolsa de valores, com ações desvalorizadas em 50% no ano. Recentemente, houve uma recuperação após o anúncio de aumento de capital de R$ 1,5 bilhão, com novas ações emitidas a R$ 13 cada, representando um prêmio de 89% em relação à média dos últimos 30 pregões.
Segundo análises da Ágora Investimentos e do Bradesco BBI, essa capitalização deve aliviar preocupações do mercado sobre a alavancagem financeira da empresa e a pressão de uma oferta subsequente para levantar dinheiro. É esperada uma desalavancagem impulsionada por geração de caixa e melhoria no Ebitda.
Quais são as expectativas futuras?
Os analistas Marcio Osako e José Rosalen estimam que a dívida líquida da Oncoclínicas deve atingir 2 vezes o Ebitda anualizado do quarto trimestre de 2024. Eles também esperam uma recuperação significativa não apenas no Ebitda, mas também na geração de caixa, que já levou a ação para a casa dos R$ 7.
Bruno Ferrari, outro analista, destacou o prêmio significativo oferecido ao mercado com o aumento de capital, reforçando as expectativas de melhoria operacional e financeira da empresa.