As expectativas do mercado financeiro em relação ao comportamento da economia brasileira em 2024 passaram por atualização, conforme revela o relatório “Focus” do Banco Central (BC).
As projeções abrangem aspectos como a inflação, a taxa de câmbio e o Produto Interno Bruto (PIB), e são baseadas em pesquisas realizadas com mais de 100 instituições financeiras.
Qual é a expectativa para a inflação em 2024?
A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi revisada para alta, agora superando o teto de 4,5% estipulado pelo sistema de metas do BC. Esta revisão marca a quarta semana consecutiva de aumento nas expectativas para 2024, atingindo 4,55%. Caso a inflação ultrapasse a meta, o BC deverá explicar as razões desse desvio ao Ministério da Fazenda.
Para 2025, o mercado prevê uma inflação de 4%. Esse cenário reflete as incertezas em torno de fatores internos e externos que podem influenciar o controle inflacionário. Para 2026, a expectativa de 3,60% aponta para uma tentativa de convergência às metas estabelecidas.
Como o PIB deve se comportar?
O PIB, que reflete a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é outro indicador fundamental para medir a saúde econômica. A previsão atual para 2024 indica um crescimento de 3,08%, uma ligeira alta em relação à estimativa anterior de 3,05%. Este aumento sugere um otimismo cauteloso em relação ao desempenho econômico do país no próximo ano.
Para 2025, a expectativa é de um crescimento de 1,93%. Isso indica uma desaceleração na expansão econômica, o que pode demandar ajustes na política fiscal e monetária para assegurar um crescimento sustentável a longo prazo.
O que esperar da Selic e da taxa de câmbio?
Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está fixada em 10,75% ao ano. As projeções indicam um aumento para 11,75% até o final deste ano. Para 2025, a taxa é estimada em 11,25%, enfatizando tendências de ajustes progressivos.
Quanto à taxa de câmbio, a expectativa é que o dólar encerre 2024 cotado a R$ 5,45, um ajuste em relação à previsão anterior de R$ 5,42. Para 2025, a taxa esperada é de R$ 5,40, refletindo uma estabilidade relativa nas perspectivas de comércio internacional e fluxos de capital.
Balança comercial e investimento estrangeiro
As projeções para o saldo da balança comercial em 2024 permanecem em US$ 78 bilhões de superávit. Já para 2025, houve uma atualização positiva, com a expectativa passando de US$ 76,1 bilhões para US$ 76,8 bilhões.
Em relação ao investimento estrangeiro direto, as expectativas são de uma entrada de US$ 72 bilhões em 2024, mantendo-se estável para 2025 em US$ 74 bilhões. Esse fluxo de capital é vital para financiar investimentos e fomentar o crescimento econômico, além de fortalecer a posição global do Brasil.
Salário mínimo
De acordo com o projeto da Lei Orçamentária para 2025, o novo salário mínimo deve ser ajustado para R$ 1.509. Esse reajuste reflete uma alta de 6,87% em comparação ao valor vigente em 2024 (R$ 1.412).
A justificativa para essa revisão é a aplicação da regra de correção automática do salário mínimo, um mecanismo que foi reintroduzido em 2023, após ter sido extinto em 2019. Essa regra de correção considera dois fatores principais: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o crescimento do PIB.
Para o ano de 2025, o INPC projetado até novembro deste ano é de 3,82%, enquanto o PIB de 2023 teve um crescimento de 2,91%. A combinação desses índices compõem o ajuste proposto para o salário, garantindo que ele esteja alinhado à evolução econômica do país.
Em suma, essas estimativas econômicas são fundamentais para compreender o cenário econômico do Brasil nos próximos anos e servem de base para planejamento e tomada de decisão por parte de investidores, empresas e governo.