O Governo Federal, em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), anunciou uma iniciativa para diminuir os custos do crédito no país.
O esforço foi comunicado na última quarta-feira (16), e visa enfrentar o problema das altas taxas de juros, que têm afetado tanto empresas quanto indivíduos.
Com a formação de um grupo de trabalho no âmbito do “Conselhão”, espera-se que resultados concretos sejam apresentados até fevereiro do próximo ano.
Impacto das altas taxas de juros na economia
As elevadas taxas de juros são uma preocupação significativa para o setor produtivo, pois encarecem os empréstimos necessários para financiar novos projetos.
Essa situação prejudica o crescimento econômico ao criar barreiras para a expansão empresarial e o investimento individual. Embora a taxa Selic, atualmente em 11,75%, seja um fator importante, a discussão se estende a outros elementos do mercado de capitais, como os impostos incidentes sobre as atividades financeiras, que os bancos buscam renegociar com o governo.
Propostas da Febraban e envolvimento dos bancos
A Febraban propôs diversas medidas para enfrentar os desafios econômicos atuais, incluindo discussões sobre o equilíbrio fiscal e revisões nas reformas trabalhistas.
O diálogo contínuo com os sindicatos foi destacado como um ponto positivo na trajetória de ajustes necessários. Isaac Sidney, presidente da Febraban, e Luiz Carlos Trabuco, presidente do Conselho Diretor da instituição, participaram do encontro, juntamente com CEOs de grandes bancos como Itaú, Bradesco, Santander e BTG.
Lula defende ampliação da isenção do IR e taxação dos super-ricos
O presidente recentemente reforçou a necessidade de aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), superando os R$ 5 mil estipulados em sua campanha eleitoral.
Lula argumentou que essa medida ultrapassa o cumprimento de uma promessa eleitoral, qualificando-a como um compromisso com a justiça tributária. Ele sugere que essa ampliação seja financiada pela taxação das grandes fortunas e dos chamados “super-ricos”.
Em entrevista à Rádio O Povo, em Fortaleza, o presidente destacou o contraste entre as taxas aplicadas a pessoas de diferentes rendas. “É injusto que indivíduos que ganham R$ 5 mil paguem imposto de renda, enquanto aqueles que obtêm grandes lucros de ações, como as da Petrobras, fiquem isentos”, explicou.
Essa observação foca nas disparidades no sistema fiscal brasileiro, onde os trabalhadores acabam pagando proporcionalmente mais impostos do que os mais afluentes.
Transparência no debate tributário
Lula enfatizou a necessidade de um debate claro e transparente sobre quem paga o quê em termos de impostos.
“Não é justo cobrar 27% ou 15% de um trabalhador que ganha R$ 4 mil enquanto os mais abastados não pagam sua parte justa”, afirmou o presidente. Ele propõe que aqueles que ganham até R$ 5 mil sejam isentos, e espera expandir essa isenção no futuro, pois, segundo ele, “salário não é renda. Renda vem de atividade especulativa”.