Os astronautas Barry Willmore e Suni Williams devem prolongar sua estadia na Estação Espacial Internacional (ISS), possivelmente retornando à Terra apenas em fevereiro de 2025. Funcionários da Nasa confirmaram a informação na última quarta-feira, 7.
Willmore e Williams estavam originalmente programados para voltar no dia 12 de junho deste ano. No entanto, a cápsula Starliner, da Boeing, que os transportou até a estação apresentou problemas nos propulsores, levantando dúvidas sobre sua segurança para o retorno.
Problemas na cápsula Starliner atrasam missão
Inicialmente, a missão dos astronautas até a ISS deveria durar apenas oito dias. Contudo, eles estão na estação há mais de dois meses. Os adiamentos sucessivos ocorreram devido a falhas na cápsula, incluindo problemas nos propulsores e vazamentos de hélio, que impediram um retorno seguro.
Os profissionais da Nasa estão trabalhando para garantir a segurança dos astronautas. De acordo com Willmore, a equipe tem “completa confiança” nos testes que estão sendo realizados. O objetivo é encontrar as “respostas corretas” para trazer a equipe de volta em segurança.
Quem é Barry Wilmore?
Criado em Mount Juliet, no Tennessee (EUA), Wilmore tem 61 anos e é capitão aposentado da Marinha americana. Ele já passou 178 dias no espaço ao longo da carreira. Foram 8 mil horas de voo e 663 pousos em porta-aviões. Participou de voos em ações militares no Iraque e na Bósnia.
Fez parte da Expedição 41, entre setembro e novembro de 2014, para explorar a composição de meteoros e as alterações musculares e ósseas causadas pelo espaço. Nessa missão, passou 167 dias fora da Terra e fez 4 caminhadas espaciais. A missão da Boeing é a sua terceira na Estação Espacial Internacional.
Quem é Suni Williams?
Aos 58 anos, Suni Williams é astronauta da Nasa desde 1998 e veterana de duas missões espaciais. Ela é a segunda astronauta mulher com maior tempo de caminhada no espaço: 50 horas e 40 minutos. Já passou mais de 3 mil horas voando, em 30 aeronaves diferentes.
Como membro da tripulação do NEEMO2, ela ficou embaixo d’água por nove dias no laboratório submarino Aquarius, da Nasa. Em 1989, foi promovida a aviadora naval e passou a se reportar ao Esquadrão de Combate de Helicópteros nos EUA.
A Nasa poderia pedir ajuda à SpaceX?
Uma das soluções cogitadas pela Nasa é usar a cápsula Crew Dragon, da SpaceX, para o retorno de Willmore e Williams. A agência teria solicitado à SpaceX que deixe dois assentos vazios no próximo lançamento. Essa decisão poderia dar um “golpe” na Boeing, que compete com a empresa de Elon Musk.
Suni Williams mencionou que, se necessário, eles poderiam utilizar a Starliner para o retorno. “Passamos por muitas simulações […] seríamos capazes de encontrar a melhor forma de voltar para casa”, afirmou.
Relação entre Nasa, Boeing e SpaceX
A decisão final, apesar do desenvolvimento da cápsula ser responsabilidade da Boeing, cabe à Nasa. As recentes dúvidas levantadas sobre a segurança da Starliner tensionam ainda mais a relação entre a Boeing e SpaceX, empresas que vêm competindo há anos no setor aeroespacial.
Esse impasse revela a complexidade e os desafios inerentes às missões espaciais atuais. Cada decisão deve equilibrar segurança, custos e relações comerciais. Para os astronautas que aguardam seu retorno, a prioridade é garantir uma viagem segura de volta.