Após o Banco Central manter a taxa Selic estável em 10,5% pela segunda vez consecutiva na última quarta-feira (31), especialistas continuam recomendando cautela com investimentos em renda variável e foco em opções de renda fixa.
O cenário é influenciado pela alta do dólar e o aumento das expectativas sobre inflação e taxa de juros, especialmente nos papéis que acompanham a inflação, que são mais indicados para os investidores que podem aguardar para realizar resgates.
O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 10,5% ao ano, confirmando as expectativas do mercado. A previsão dos economistas aponta que a taxa permanecerá nesse nível até o final de 2024 e começará a ser reduzida em 2025.
A possibilidade de redução para menos de dois dígitos vem sendo discutida, mas deve ficar próxima a 9%. No entanto, aumentam os especialistas que preveem a manutenção dos juros em 10,5% por um período ainda mais prolongado ou não descartam uma possível alta neste ano.
Como se comportam os juros na renda fixa?
A deterioração das previsões para inflação e a alta do dólar sugerem que mudanças na rota da Selic podem ocorrer. Alexandre Cancherini, sócio e gestor da Galapagos Capital, indica que a discussão sobre um possível aumento dos juros pode ganhar força dependendo do comportamento do dólar nos próximos meses.
“Em nosso cenário base, os juros se mantêm em 10,5% até o fim de 2024 e são reduzidos ao longo de 2025. Para isso, há uma necessidade de reduzir incertezas relacionadas ao dólar, à presidência do Banco Central e ao orçamento governamental de 2025”, explica Cancherini. (via: Valor Investe)
Quais são os títulos de renda fixa mais atrativos?
Com a previsão de juros elevados, maximizar os ganhos em investimentos de renda fixa e se proteger contra a inflação se tornam prioritários. Papéis atrelados à inflação, como os encontrados no Tesouro Direto, que pagam mais de 6% ao ano além do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), são considerados boas opções.
Vale lembrar que estes títulos devem ser resgatados no vencimento para evitar perdas devido às oscilações de mercado.
Devo investir em papéis prefixados?
Papéis prefixados, que oferecem uma taxa fixa de rentabilidade, também são recomendados, especialmente aqueles de curto prazo.
No entanto, a preferência dos economistas é pelos papéis atrelados à inflação, devido ao risco de os prefixados não conseguirem superar a taxa básica de juros ou a inflação.
Qual é o melhor momento para investir em renda variável?
Investimentos em renda variável devem ser feitos com cautela, devido à desvalorização do Ibovespa e incertezas econômicas. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve as taxas de juros estáveis, mas a previsão é de redução daqui a alguns meses. Esse cenário pede uma construção cuidadosa da carteira de investimentos.
Para aqueles que insistem na bolsa, a recomendação é focar em empresas de qualidade e geradoras de caixa, que distribuem dividendos acima da média e têm perspectivas de longo prazo.
Em conclusão, a recomendação geral é focar em investimentos de renda fixa para aproveitar os altos juros atuais enquanto espera-se mais clareza sobre a situação econômica futura.