De acordo com novas projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do Brasil deverá começar a diminuir a partir de 2042. O pico populacional será atingido em 2041, com 220,425 milhões de pessoas. Este fenômeno ocorre devido a fatores como a pandemia de COVID-19, que antecipou a queda populacional em seis anos comparado à previsão anterior.
Em 2023, a estimativa é que o Brasil tenha 211,695 milhões de habitantes. As novas projeções indicam que o número de pessoas no país cairá para menos de 200 milhões até 2070, alcançando 199,228 milhões. Essas projeções atualizam os dados divulgados pelo IBGE em 2018, onde o pico populacional era esperado para 2047, com 233,234 milhões de pessoas.
IBGE projeta diminuição populacional a partir de 2042
O cenário traçado pelo IBGE considera a desaceleração contínua do crescimento populacional brasileiro, evidenciada no Censo Demográfico de 2022. A expectativa é que a população comece a recuar a partir de 2042, inicialmente com uma queda de 0,01%, e acelere para -0,67% até 2070.
Os dados combinam várias métricas, incluindo fecundidade, nascimentos, mortes e migração (tanto internacional quanto entre estados). A fecundidade, que era de 2,32 filhos por mulher em 2000, diminuiu para 1,66 em 2020 e 1,57 em 2023, abaixo do nível de reposição de 2,1 filhos por mulher. Esse número é essencial para manter a população estável.
Por que a fecundidade está caindo no Brasil?
De acordo com Marla França, analista do IBGE, após uma redução até 2016, a taxa de fecundidade teve um pequeno aumento, mas voltou a cair a partir de 2020, influenciada pela pandemia. No entanto, ainda não é possível determinar a magnitude desse impacto.
Mesmo antes da pandemia, a fecundidade já mostrava tendência de queda. Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, classifica a taxa atual de 1,57 filhos por mulher como “muito baixa”. Esse padrão é observado em vários países, como Reino Unido, Eslovênia e Eslováquia, que possuem taxas de fecundidade similares.
O que revelam as projeções do IBGE?
O estudo do IBGE oferece um panorama da transição demográfica no Brasil. De acordo com as projeções, o número de nascimentos anuais caiu de 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022 e deve chegar a 1,5 milhão em 2070. A esperança de vida ao nascer cresceu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023, com uma projeção de 83,9 anos em 2070.
A idade média das mães ao ter o primeiro filho também aumentou de 25,3 anos em 2000 para 27,7 anos em 2020, e deve alcançar 31,3 anos em 2070. A taxa de mortalidade infantil reduziu significativamente, de 28,1 óbitos por mil nascidos vivos em 2000 para 12,5 em 2023, com previsão de cair para 5,8 em 2070.
Essas novas projeções do IBGE fornecem um retrato detalhado das mudanças demográficas que o Brasil deverá enfrentar nas próximas décadas. A tendência de diminuição da população, influenciada por variados fatores como a taxa de fecundidade e a mortalidade infantil, aponta para transformações significativas no cenário demográfico do país.