Enquanto países como os Estados Unidos se preparam para eleições e transições de poder, a prática do voto democrático permanece ausente em algumas nações.
Os casos mais notórios são a Arábia Saudita e Brunei, ambos localizados na Ásia e governados por monarquias absolutistas. Essa forma de governo persiste há décadas, alheia às mudanças democráticas que varreram outras partes do mundo.
Sistema político da Arábia Saudita
A Arábia Saudita é classificada como um dos países mais autoritários do mundo, comandada pelo rei Salman bin Abdulaziz Al Saud desde 2015.
A sucessão do trono é um processo exclusivista, decidido por um comitê composto de príncipes sauditas. O príncipe herdeiro atual é Mohammed bin Salman, consolidando a continuidade do poder dentro da mesma linhagem familiar.
Esse sistema rígido destaca o controle absoluto da família real sobre os mecanismos do Estado, sem qualquer inclusão democrática no processo de escolha dos líderes.
Monarquia absolutista em Brunei
Em Brunei, a ausência de práticas democráticas é uma característica intrínseca do governo. Desde 1968, o país é liderado pelo sultão Hassanal Bolkiah, que detém poder absoluto.
O conceito de eleições ou parlamento ativo é inexistente; em vez disso, Brunei opera com um conselho legislativo convocado em 2004, que funciona apenas de maneira consultiva.
Assim como na Arábia Saudita, a linha sucessória de Brunei está assegurada, com o filho do sultão, Al-Muhtadee Billah, posicionado como herdeiro.
Influência da Primavera Árabe
Desde a Primavera Árabe de 2011, um movimento por reformas democráticas se espalhou por diversos países árabes.
Embora a Arábia Saudita e Brunei tenham resistido a essas transformações, outras nações da região, como o Catar, os Emirados Árabes Unidos e Omã, começaram a abraçar processos eleitorais limitados. Nesses países, a participação feminina nos direitos políticos também vem crescendo.
Desafios e futuro
O caminho para a democratização na Arábia Saudita e em Brunei enfrenta desafios significativos, especialmente devido à forte tradição de governança monárquica.
No entanto, os eventos ocorridos na última década indicam que a pressão internacional e a conscientização global sobre direitos humanos podem desempenhar um papel fundamental na promoção de mudanças.
À medida que outros estados no Oriente Médio ensaiam reformas políticas, mantém-se a questão sobre se esses dois países em particular, algum dia, adotarão algum nível de processo democrático.