Recentemente, o Nubank alcançou uma marca significativa ao ultrapassar o Itaú em valor de mercado. Esse evento, que aconteceu na última terça-feira, atraiu a atenção generalizada da mídia e dos investidores. Este fenômeno não é inédito, dado que o Nubank já tinha atingido esse marco logo após seu IPO em 2021.
No entanto, devido às flutuações econômicas e às variações dos juros, a empresa enfrentou uma queda de 70% no valor de suas ações. Até que, subsequentemente, demonstrou uma impressionante recuperação com uma valorização de mais de 200% em suas ações, seguido de um aumento de 45% já em 2024.
Diante deste cenário de notável crescimento da fintech, torna-se pertinente questionar o futuro das estratégias de investimento relacionadas ao Nubank e ao Itaú. Seria agora a hora de migrar investimentos do tradicional Itaú para a inovadora fintech Nubank? Este debate está sendo amplamente discutido entre analistas financeiros e investidores que buscam entender melhor as implicações destas mudanças no panorama econômico das instituições bancárias.
Qual a relevância do valor de mercado no setor bancário?
Ainda que seja tentador considerar a valorização de mercado como um indicativo absoluto do sucesso de uma instituição, é importante entender que o valor de mercado de uma empresa está ligado ao preço de suas ações e não necessariamente ao seu valor intrínseco. Analistas da XP Investimentos sugerem cautela ao avaliar esses dados. Segundo eles, a capitalização de mercado não reflete diretamente o valor integral das empresas, podendo induzir a decisões precipitadas.
O crescimento do Nubank é sustentável a longo prazo?
O Nubank, conhecido por seu modelo inovador e disruptivo, confirmou sua capacidade de operar eficazmente durante períodos complexos do ciclo de crédito, que afetaram severamente alguns concorrentes. No entanto, este crescimento acelerado traz consigo um apetite a risco ampliado, o que poderia implicar uma necessidade de aumento nas provisões para créditos duvidosos nos próximos trimestres, como indicam os especialistas da XP.
O Itaú continua sendo uma opção segura?
O Itaú, por outro lado, com seus 100 anos de história, manteve uma estratégia diversificada e uma política de concessão de crédito prudente que permitiu ao banco manejar de forma eficaz o período turbulento do último ciclo de crédito. Além disso, o Itaú elevou recentemente a parcela do lucro destinada a ser distribuída aos seus acionistas, indicando uma possível geração de valor contínua e sustentável.
Em um comparativo entre a inovação disruptiva do Nubank e a solidez tradicional do Itaú, ambos os modelos possuem méritos claros que podem ser atraentes dependendo do perfil e da estratégia de cada investidor. A escolha entre investir em uma instituição financeira estabelecida ou uma fintech em ascensão deve levar em conta uma variedade de fatores, incluindo o nível de exposição ao risco e as expectativas de mercado.
A XP manteve uma recomendação de compra para as ações do Itaú e uma visão neutra para o Nubank, estabelecendo um preço-alvo de R$ 7,70 para a fintech. Essas análises e recomendações oferecem uma visão valiosa para os investidores que buscam navegar no dinâmico mercado financeiro brasileiro.