Na noite de 30 de dezembro de 1943, um encontro histórico aconteceu em Los Alamos, Novo México. Cientistas se reuniram para receber Niels Bohr, famoso físico dinamarquês e ganhador do Prêmio Nobel de Física em 1922.
Bohr imediatamente perguntou a J. Robert Oppenheimer, líder científico da equipe: “É realmente grande o bastante?”. Ele se referia à bomba atômica que estava sendo desenvolvida.
A visita de Bohr, retratada no filme “Oppenheimer” dirigido por Christopher Nolan, destaca a tensão e as esperanças que envolviam o desenvolvimento de armas nucleares durante a Segunda Guerra Mundial. Muitos cientistas acreditavam que tais armas poderiam terminar o conflito de 1939 e transformar a geopolítica global.
A pergunta que mudou tudo
Os ataques a Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, não só encerraram a Segunda Guerra Mundial como também iniciaram a Era Atômica. Estes eventos tiveram impactos ecológicos, geopolíticos, culturais e psicossociais duradouros.
A pergunta de Bohr, que inicialmente parecia técnica, continha uma profundidade de implicações que se revelariam ao longo das décadas seguintes.
Como a bomba atômica mudou o mundo?
A história das bombas atômicas começou em 1938, com a descoberta da fissão do urânio na Alemanha. Em 1939, Albert Einstein alertou o então presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt, sobre o desenvolvimento de “bombas extremamente poderosas” pelos nazistas. Isso impulsionou os Estados Unidos a financiarem pesquisas que culminaram no Projeto Manhattan, oficializado em 1942.
Embora a Alemanha Nazista se rendesse em maio de 1945, a corrida para manter a superioridade atômica seguiu firme. A primeira explosão de teste, o Experimento Trinity, aconteceu no Novo México em julho de 1945, demonstrando o poder destrutivo da nova arma.
Quais foram as consequências das bombas atômicas?
Quando uma bomba de fissão nuclear explode, uma série de impactos devastadores se seguem. Em Hiroshima, quase tudo foi destruído num raio de 4,8 km. O calor da explosão, a onda de choque e a radiação resultante causaram milhares de mortes imediatas e mais milhares nos meses seguintes.
Edward Teller queria desenvolver uma bomba de hidrogênio, ainda mais poderosa, enquanto outros cientistas, como Isidor Rabi, se posicionaram contra bombardeios desde o início. No entanto, a principal motivação era impedir que Adolf Hitler ganhasse a corrida armamentista nuclear.
A destruição não foi somente física, mas também psicológica e social. Histórias de sobreviventes, conhecidos como hibakushas, variam de militância contra armamento nuclear a tragédias pessoais como suicídios. O impacto pode ser sentido até hoje, evidenciando a constante ameaça das armas nucleares.
Houve mesmo uma guerra nuclear limitada?
Durante a Guerra Fria, mais de 2 mil testes de armas nucleares foram realizados, especialmente em territórios coloniais. Embora centros urbanos não tenham sido diretamente afetados, as consequências radioativas se espalharam globalmente, confirmando que uma “guerra nuclear limitada” de fato ocorreu.