O governo, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, está analisando a possibilidade de retomar o debate em torno do saque-aniversário do FGTS.
Esse tema ganhou destaque recentemente em razão do sucesso de outro projeto, o e-consignado, que é considerado um argumento favorável por setores do governo para revisar as regras do FGTS. A preocupação central é garantir uma utilização mais eficaz dos recursos do fundo.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, tem sido um dos principais defensores do fim do saque-aniversário. A proposta não foi abordada diretamente em recentes reuniões com o presidente e membros do setor bancário, mas a discussão permanece em pauta nos bastidores do governo.
A ideia é explorar outras formas de acesso aos recursos do FGTS que possam beneficiar diretamente o financiamento de obras e projetos públicos.
Impacto do e-consignado na discussão
O e-consignado, uma nova modalidade de crédito, surgiu como alternativa para trabalhadores formais e empregados domésticos, cujas parcelas dos empréstimos são pagas mediante a plataforma e-social.
O potencial sucesso dessa nova iniciativa é visto como um catalisador na diminuição da demanda pelo saque do FGTS, especialmente se o programa alcançar a projeção de R$ 80 bilhões em empréstimos aos trabalhadores do setor privado.
Se milhões de trabalhadores optarem pelo e-consignado, o governo acredita que o interesse pelo saque-aniversário pode diminuir, criando uma oportunidade política para revisar ou até extinguir essa modalidade do fundo.
Contudo, é importante notar que a extinção do saque-aniversário requer uma nova lei a ser aprovada pelo Congresso Nacional, um processo que demanda articulação política e consenso.
Quais são as resistências internas à extinção do saque-aniversário?
Embora o governo reconheça os possíveis benefícios da extinção do saque-aniversário, há divergências internas sobre a viabilidade dessa proposta.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não se opõe a essa mudança, mas admite que existem pontos de resistência dentro de sua pasta. Uma preocupação é a reação dos trabalhadores que já utilizam esse saque e a importância do FGTS no financiamento de projetos habitacionais.
O presidente Lula demonstra abertura às sugestões de Marinho, mas compreende que é necessário um equilíbrio cuidadoso para evitar descontentamento entre os trabalhadores.
O tema, portanto, continua a ser avaliado, considerando tanto os interesses econômicos do país quanto o impacto social nas vidas dos trabalhadores.
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