O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou na última quarta-feira (31) que o partido governista, Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), está preparado para apresentar 100% das atas das eleições.
Esta é uma exigência constante da comunidade internacional e da oposição no país. A declaração foi feita durante uma entrevista no Supremo Tribunal de Justiça.
Na ocasião, Maduro também apresentou um recurso para que a câmara eleitoral investigue os “ataques” ao processo eleitoral recente. Ele espera que a corte exija dos demais candidatos os dados das atas emitidas por cada uma das máquinas das mais de 15 mil seções eleitorais espalhadas pelo país.
Resultados controversos das eleições venezuelanas
A tensão na Venezuela tem aumentado à medida que os resultados das eleições são contestados. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro como vencedor da disputa, garantindo-lhe um novo mandato até 2031.
Entretanto, a oposição, representada por María Corina Machado e Edmundo González, afirma ter evidências de que seu candidato teria vencido com mais de 6 milhões de votos contra 2,7 milhões de Maduro.
Em resposta, Maduro declarou: “O Partido Socialista Unido da Venezuela está pronto para apresentar 100% das atas eleitorais que estão em nossas mãos e espero que a Câmara Eleitoral faça o mesmo com cada candidato e cada partido. Eu sei o que estou dizendo a eles. Muito em breve eles vão descobrir… já apareceram as provas desse complô.”
Crise atual na Venezuela
Desde o anúncio dos resultados, o país tem vivido dias de incerteza e nervosismo. Relatos de possíveis prisões de líderes da oposição mantêm muitas pessoas em casa, temendo por sua segurança.
Além disso, o governo atribui o atraso na transmissão dos registros de votação a um ataque cibernético ao sistema de computadores. No dia da eleição, o sistema de computadores do CNE teria sido atacado, atrasando a transmissão dos resultados, os protestos e a agitação aumentaram após a divulgação dos resultados.
Muitas pessoas têm relatado atividades suspeitas nas redes sociais e testemunhado ações militares nas ruas.
Como a oposição está reagindo?
A oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado e Edmundo González, não aceita os resultados apresentados pelo CNE. Eles afirmam possuir relatórios das máquinas de votação que mostram uma vitória de seu candidato.
A tensão escalou quando membros das forças de segurança foram vistos em várias cidades do país, de acordo com testemunhas e vídeos nas redes sociais.
Para controlar a situação, Maduro anunciou na terça-feira (30) patrulhas de militares e policiais nas ruas de todo o país. Além disso, um aplicativo chamado Venapp, geralmente usado para relatar falhas de serviço, foi atualizado para permitir que pessoas denunciem “guarimbas fascistas”, um termo coloquial para protestos de rua.
O que esperar do futuro político venezuelano?
O futuro político da Venezuela permanece incerto. Maduro pediu que o STJ convoque as autoridades do órgão eleitoral, a promotoria e os candidatos presidenciais para que possam verificar “o ataque às seções eleitorais e as sedes queimadas do CNE”. Ele também mencionou que espera que todos os envolvidos forneçam provas de suas alegações.
No entanto, até que essas medidas sejam tomadas, a Venezuela continuará a viver uma situação de incerteza política e social. A veracidade dos resultados eleitorais e a integridade do processo democrático são questões cruciais que precisam ser resolvidas para garantir a estabilidade do país.