Apesar do crescimento no setor de veículos elétricos, o mercado de combustíveis mantém sua força, evidenciado por uma demanda crescente por etanol que poderá beneficiar substancialmente a Raízen (RAIZ4). O Salvador vislumbrou um panorama optimista para a empresa, classificando suas ações com uma performance superior ao mercado (“outperform”) e projetando um aumento de preço para a ação até o final de 2026.
O entusiasmo do mercado se refletiu rapidamente, como demonstram os resultados do último pregão desta sexta-feira (5), com um incremento de 3% na bolsa, fechando a R$ 3,08. No acumulado do ano, a tendência geral ainda aponta para uma desvalorização, no entanto, os sinais de recuperação são evidentes e esperançosos.
Por Que o Papel da Raízen está Fortalecendo?
O otimismo do Santander quanto ao futuro da Raízen não é infundado. O banco destaca a relevância dos desenvolvimentos no etanol de segunda geração (E2G) como um vetor crucial para essa projeção positiva. A previsão é de que os retornos deste produto se equiparem aos dos projetos internacionais do banco.
Como o E2G Pode Transformar a Performance da Raízen?
O fim dos acordos de cogeração de energia é visto como uma janela de oportunidade para a Raízen, onde a substituição pela produção de E2G nas usinas brasileiras poderia impulsionar a rentabilidade drasticamente. Segundo estimativas do Santander, isso poderia representar um retorno 40% mais elevado após 2025.
Qual o Impacto da Transição Energética para a Raízen?
A mudança para fontes de energia mais renováveis oferece um pano de fundo favorável para a Raízen. Conforme a gasolina perde espaço para o etanol nas bombas, a Raízen encontra um ambiente propício para expandir sua participação de mercado, sem as pressões concorrenciais do etanol de milho no médio prazo. Essa alternância fortalece a posição estratégica da empresa, que já se destaca como a maior produtora de biomassa do mundo.
Além de E2G, a Raízen explora oportunidades em biogás e outros projetos de alta rentabilidade, fortalecendo ainda mais sua liderança no setor de bioenergia. Essa diversificação de portfólio, aliada à contínua expansão do mercado de etanol, situa a Raízen em uma posição vantajosa frente às mudanças globais de matriz energética.
Contudo, o cenário para 2025 traz desafios, especialmente com a expectativa de preços reduzidos para o açúcar. O Ebitda projetado fica na margem inferior das estimativas, o que sugere uma postura conservadora em relação aos negócios de açúcar e etanol. Ainda assim, a estratégia da Raízen de priorizar margens em detrimento de volumes pode sustentar um desempenho robusto no setor de mobilidade.
Os riscos associados à volatileficação de preços de commodities, pressões regulatórias ou mudanças na fiscalização também são aspectos que merecem atenção, mas os catalisadores positivos, como avanços em projetos de E2G e o aumento do consumo de etanol, podem oferecer contrapontos significativos a esses desafios.
A conjuntura atual sinaliza para uma janela de valorização para Raízen, culminada pelas iniciativas estratégicas e um mercado em reconfiguração. Portanto, observar as movimentações desta líder de mercado torna-se uma lição sobre adaptabilidade e inovação no uso de biocombustíveis.