A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) organizará uma reunião de emergência na tentativa de lidar com as recentes deportações de imigrantes nos Estados Unidos, uma consequência das políticas adotadas pela administração do presidente Donald Trump.
Este encontro foi convocado com urgência por Honduras, país que atualmente exerce a presidência rotativa do bloco. Composto por 33 nações da América Latina e Caribe, a Celac se concentra em questões de interesse regional.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, considerará sua participação no encontro, possivelmente de maneira remota. A agenda do presidente brasileiro nesta segunda-feira (27) incluirá discussões acerca dos recentes acontecimentos relacionados às deportações, além de preparar uma análise sobre como o Brasil tem sido afetado.
Segundo fontes internas, a orientação é para que o chanceler Mauro Vieira viaje a Honduras como representante oficial do país no encontro.
Questões principais na reunião da Celac
O governo de Honduras divulgou que a reunião se concentrará principalmente em três tópicos.
Embora os detalhes desses pontos não tenham sido especificados, o contexto sugere que áreas como direitos humanos dos deportados, diplomacia multilateral e medidas conjuntas de apoio aos cidadãos serão abordadas.
Por ora, uma das medidas reativas mais notáveis foi tomada pelo presidente colombiano, Gustavo Petro, que recusou o pouso de aeronaves americanas transportando deportados colombianos. Em retaliação, Petro determinou que a Colômbia enviará seus próprios aviões para buscar os imigrantes.
Consequentemente, os Estados Unidos aplicaram tarifas de importação sobre produtos colombianos e suspenderam a emissão de vistos para cidadãos do país. Tais atos tensionam ainda mais as relações regionais.
Resistência e retomada do Brasil na Celac
No contexto das deportações e das reuniões diplomáticas, é importante lembrar o histórico recente do Brasil com a Celac.
Durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, o Brasil se retirou do bloco, retornando em 2023 sob a liderança de Lula. Essa volta representou um movimento estratégico em linha com a política externa do atual governo, que busca reforçar os laços regionais e engajar ativamente em discussões multilaterais.
Apesar da delicada situação migratória com os Estados Unidos, o governo brasileiro manteve silêncio sobre deportações recentes e preferiu delegar a comunicação oficial a seus órgãos, como o Itamaraty e o Ministério da Justiça, que emitiram notas públicas a respeito.
Como a Celac pode responder aos desafios atuais de imigração?
A reunião de urgência da Celac levanta questões sobre quais estratégias o bloco pode adotar para proteger seus cidadãos. Entre as alternativas, a cooperação internacional e o fortalecimento de acordos bilaterais se destacam.
O entendimento mútuo das necessidades e direitos dos imigrantes pode levar a uma abordagem mais unificada, minimizando impactos negativos das deportações forçadas.
Além disso, a união entre os países-membros pode ajudar a criar uma frente sólida de negociação com os Estados Unidos, buscando medidas diplomáticas que assegurem um tratamento mais justo e humano para os migrantes latino-americanos.