O cenário do e-commerce brasileiro está em constante mudança, com empresas lutando para melhorar suas participações de mercado e sua saúde financeira. Recentemente, o Banco Safra realizou ajustes nas recomendações de ações de duas grandes varejistas do país, impactando diretamente as perspectivas do Magazine Luiza (MGLU3) e das Casas Bahia (BHIA3).
De acordo com os últimas análises, o Magazine Luiza recebeu uma alteração significativa de sua classificação por parte do Banco Safra, que elevou a recomendação de neutro para compra. Essa mudança, fundamentada na melhoria da geração de caixa da empresa, sugere um horizonte otimista para os investidores da varejista.
O que levou o Banco Safra a elevar a recomendação do Magazine Luiza?
O aumento da participação do Magazine Luiza no mercado de e-commerce, que saltou de 23% para 60% entre 2018 e 2023, foi inicialmente visto como um fator de pressão sobre as margens e o fluxo de caixa. No entanto, sob a gestão de Luiza Trajano, a varejista reverteu essa tendência negativa, apresentando uma melhora significativa em seus resultados financeiros. O Banco Safra indica que a estratégia de foco na geração de caixa tem começado a “gerar frutos”, com a companhia registrando um fluxo de caixa operacional de R$ 1,2 bilhão em 12 meses, após investimentos.
Por que a Casas Bahia teve sua recomendação rebaixada?
Em contraste com o Magazine Luiza, as Casas Bahia enfrentam um cenário mais desafiador. Apesar de também ter aumentado sua participação no e-commerce de 15% para 40%, a companhia ainda luta para reverter completamente as margens menores e melhorar o fluxo de caixa. O Banco Safra expressou preocupações sobre a necessidade da varejista apresentar “sinais mais claros” de progresso em seu processo de turnaround antes que possa reverter sua recomendação atual de neutro.
Quais são as perspectivas futuras para estas companhias?
Olhando para frente, o Safra prognostica que o Magazine Luiza possa ter um desempenho além das expectativas, destacando uma possível alta de preços até R$ 18,50 por ação. Isso se deve principalmente aos aprimoramentos em termos de EBITDA, indicando um aumento de 197 pontos-base, o que deve refletir positivamente nos resultados da empresa no futuro próximo.
No caso da Casas Bahia, os analistas do Banco Safra mantêm uma visão mais cautelosa. Apesar de alguns avanços como o acordo com grandes bancos para renegociação de dívidas, a situação de alavancagem da empresa segue como um ponto de atenção. Espera-se que a Casas Bahia anuncie resultados ainda negativos para o segundo trimestre, o que mantém a recomendação de neutralidade para suas ações no curto prazo.
Investidores e interessados no mercado de ações devem, portanto, acompanhar de perto as movimentações e estratégias dessas importantes varejistas do setor de e-commerce brasileiro, considerando as análises recentes e as projeções futuras para tomar decisões de investimentos mais informadas.